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Setor produtivo tem piora de expectativas, aponta Ipea

Folha de S.Paulo

O indicador de expectativas do setor produtivo do país, que mede as perspectivas de empresários e trabalhadores, apontou piora no Sensor Econômico divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A pesquisa é realizada com 15 instituições do setor produtivo que, por ocupação ou peso na economia do país, representam até 82% do PIB (Produto Interno Bruto). O indicador varia entre 100 pontos e menos 100, entre percepção otimista do futuro, confiante, de apreensão, de situação adversa e pessimista.

O Sensor Econômico mostrou melhora de expectativas somente no que foi chamado de Parâmetros da Economia, que inclui inflação, câmbio, taxa de juros e crédito. O índice passou de 42,1 para 47,6 pontos, dentro de um parâmetro de confiança. Ou seja, os agentes esperam baixo crescimento e pouca, mas alguma melhoria social.

A pesquisa foi realizada antes da divulgação dos resultados da produção industrial de janeiro e do PIB do ano passado, que podem ter afetado as expectativas da economia.

O setor mais preocupante foram os Aspectos Sociais, tidos como adversos. O indicador, que já era negativo em 22,9 pontos passou para menos 24 pontos. As Contas Nacionais, que incluem na pergunta percepções sobre o PIB, importações e exportações, tiveram piora no indicador de 19,8 pontos para 10,9.

O Desempenho das Empresas foi considerado apreensivo. Os agentes não esperam crescimento, nem melhorias sociais. O indicador passou de menos 11,9 para 17 pontos negativos.

Com a maior parte dos indicadores apresentando uma piora em fevereiro, ante janeiro, o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, acredita que, "possivelmente, no próximo mês, o quadro poderá passar de adverso para pessimista", com expectativa de recessão econômica e agravamento dos problemas sociais.

De acordo com ele, as expectativas são de grande importância na decisão de investimento. Uma piora da visão sobre o futuro pode agravar a situação da crise, se, por exemplo, "empresários preferirem ter liquidez, nos bancos, ao invés de comprar tijolos".

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