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Desempregado que oferecia R$ 300 por vaga consegue novo trabalho

G1

O morador de Rio Claro (SP) que oferecia R$ 300 por uma vaga de trabalho conseguiu um novo emprego, mas pelo próprio esforço, depois de enviar centenas de currículos na região. Com isso, ele disse que não terá que pagar a recompensa a ninguém. Aguinaldo Antunes, que perdeu o emprego de operador de máquinas há sete meses devido à crise, agora trabalha como operador de produção em uma marcenaria de móveis planejados.
Após o caso ser divulgado pelo G1, Antunes relatou ter recebido ligações e mensagenspelo WhatsApp de cidades da região, além da capital paulista e de outros estados como Mato Grosso e Caxias do Sul. Um brasileiro que mora na França também o convidou para trabalhar em um frigorífico, mas o homem não ligou de volta para explicar as condições o desempregado ficou com receio.

De acordo com Antunes, alguns contatos propuseram que ele trabalhasse vomo representante de vendas em Rio Claro. Ele avaliou algumas propostas, mas persistiu na entrega de currículos. Chegou a fazer algumas entrevistas, mas não foi chamado. Frustrado, resolveu tirar do portão o cartaz com o anúncio da 'recompensa', mas não parou de buscar um emprego.

Novo trabalho

Mineiro de Monte Azul (MG) e morador no Jardim Progresso em Rio Claro há dois anos, o rapaz de 29 anos disse que no novo emprego vai ganhar R$ 1.130 mais uma cesta básica por mês para trabalhar na empresa de segunda a sexta-feira. "Vou recomeçar e progredir nesse emprego. Nos fins de semana, pretendo voltar a vender frango e estampar minhas camisas", disse.

Quando foi despedido, Antunes investiu cerca de R$ 3,5 mil da rescisão em uma máquina de assar frangos. Ele comprava 30, em média, por R$ 14 cada um, temperava e os vendia por R$ 24 aos domingos na máquina instalada em frente a uma padaria no bairro.  Em um bom dia ele conseguia lucrar até R$ 720, mas com a crise as vendas caíram.

Para juntar uns trocados, ele também passou a produzir e estampar camisetas, já que tem duas máquinas de costura. Comprava o pano por R$ 24 o quilo e conseguia montar até três peças, que vendia por R$ 20 cada.

Desespero

Ao ver sua situação financeira piorar, Antunes colocou um anúncio inusitado no portão de casa: “Pago R$ 300 para quem me arrumar uma vaga em uma cerâmica”. O valor cai para R$ 200 caso a vaga seja em outra atividade. “Foi um ato de desespero porque preciso sobreviver e pagar o meu aluguel. Ofereci esse valor porque sei que tem muita gente precisando de dinheiro, então achei que alguém poderia ajudar por meio de contatos”, disse.

Antunes mora em uma casa de dois cômodos em um quintal onde cria dois cães. De aluguel desembolsa R$ 400, R$ 120 de energia elétrica e cerca de R$ 35 de água. Atualmente, conta com a ajuda do irmão de 27 anos, que trabalha como carregador, para ajudar a pagar as contas.
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