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Justiça Federal aceita denúncia contra ex-diretor da Eletronuclear

G1

O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta quinta-feira (3) denúncia contra o ex-diretor-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva e outras 13 pessoas, entre elas, ex-executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix. Assim, todos passam a ser réus em processo derivado da Operação Lava Jato.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que foi aceita pela Justiça é referente à 16ª fase da Lava Jato, cujo foco das investigações foram contratos firmados por empresas já citadas na operação com a Eletronuclear – instituição de economia mista, cujo controle acionário é da União.

Othon Luiz Pinheiro é acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina e está preso em um quartel do Exército, em Curitiba.

Veja a lista de réus do processo e os crimes:
- Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor-presidente da Eletronuclear (Ele estava afastado da Eletronuclear desde abril deste ano, após as primeiras denúncias de corrupção, e pediu demissão no início de agosto) - organização criminosa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, embaraço à investigação de organização criminosa.
- Ana Cristina da Silva Toniolo, filha de Othon Luiz e representante legal da Aratec - evasão de divisas, lavagem de dinheiro, organização criminosa, embaraço à investigação de organização criminosa.
- Rogério Nora de Sá, ex-executivo da Andrade Gutierrez - associação criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, ex-executivo da Andrade Gutierrez - organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Olavinho Ferreira Mendes, ex-executivo da Andrade Gutierrez - organização criminosa, lavagem e dinheiro, corrupção ativa.
- Otávio Marques de Azevedo, executivo da Andrade Gutierrez. Ele foi afastado da presidência da empresa após a prisão - organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Flavio David Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez - organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho, executivo da Andrade Gutierrez - organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Carlos Alberto Montenegro Gallo, controlador da CG Consultoria - organização criminosa, lavagem de dinheiro, embaraço à investigação de organização criminosa.
- Josué Augusto Nobre, titular e controlador da JNobre - organização criminosa, lavagem de dinheiro.
- Geraldo Toledo Arruda Junior, controlador da Deustschebras Engenharia - lavagem de dinheiro.
- José Antunes Sobrinho, executivo da Engevix Engenharia - organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Cristiano Kok, presidente de Engevix Engenharia - organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa.
- Victor Sérgio Colavitti, controlador da Link Projetos - organização criminosa, lavagem de dinheiro.

O G1 tentou contato com o advogado Helton Pinto, que representa Othon Luiz Pinheiro, mas ele não retornou às ligações. A Eletronuclear informou que Othon já não faz mais parte da empresa, e por isso não iria se pronunciar sobre o caso.

A reportagem tenta contato com as defesas dos demais réus.

As acusações
O foco das investigações da 16ª fase da Lava Jato, deflagrada no dia 28 de julho, foram contratos firmados por empresas já citadas na operação com a Eletronuclear. A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), a Andrade Gutierrez repassava valores para uma empresa de Othon Luiz, a Aratec, por meio de empresas intermediárias que atuavam na fase de lavagem de dinheiro – algumas reais e outras de fachada. O MPF sustenta que Othon Luiz Pinheiro recebeu R$ 4,5 milhões de propina.

Além do pagamento de propina, a 16ª fase da Lava Jato apura a formação de cartel e o prévio ajustamento de uma licitação para obras de Angra 3, que foi vencida pelo Consórcio Angramon – Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint.

Angra 3 será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Segundo as investigações, houve restrição, por parte Eletronuclear, à concorrência, levando as empreiteiras do Consórcio Angramon a saírem vitoriosas.
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