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Crise não afetou reajustes salariais em 2008, mostra Dieese

ABr

Pesquisa divulgada hoje (12) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 78% das negociações salariais feitas em 2008 tiveram reajuste superior à inflação. Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, a crise financeira não afetou os reajustes salariais no ano passado. "A crise veio no fim do ano, quando a maioria dos acordos coletivos já estava fechada".

O mês de maio, por exemplo, concentrou 31% das negociações. Desde 1996, quando o Dieese passou a pesquisar as negociações salariais, 2008 foi o terceiro melhor ano da série. "Noventa e oito por cento dos reajustes ficaram acima do Índice de Custo de Vida", afirmou Oliveira.

O estudo avaliou apenas o salário-base, sem levar em conta programas de participação nos lucros, e bonificações. Das 706 negociações salariais feitas no ano passado, 44% ocorreram na Região Sudeste. Segundo o levantamento, os acordos de 2008 conseguiram recompor o poder de compra dos assalariados.

Entre os setores, a indústria foi o que obteve mais sucesso: em 87% das negociações, os reajustes foram superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os trabalhadores da área de serviços foram os que mais sofreram. Os ganhos reais no salário corresponderam a 61% contra 81% em 2007.

A maioria (96,7%) dos reajustes salariais foram pagos em uma única parcela. Os que tiveram reajuste parcelado correspondem a 3,1%.

Em 2009, o coordenador do Dieese acredita que o cenário é mais pessimista, mas não pode fazer qualquer previsão. "Os resultados vão depender do aprofundamento da crise e dos efeitos da inflação", afirmou.


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