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Narguilé é consumido por 212 mil brasileiros, diz pesquisa do IBGE

G1

No Brasil, 212 mil pessoas têm o hábito de fumar narguilé, segundo a Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado foi divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Ministério da Saúde, que lançou uma campanha para alertar sobre os malefícios desse tipo de fumo.

Além de incluir 4,7 mil substâncias tóxicas presentes no cigarro comum, o fumo do narguilé, um tipo de cachimbo oriental, possui concentrações superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Segundo o ministro Arthur Chioro, os dados do IBGE mostram uma tendência de aumento do consumo entre os jovens: ao comparar os dados da PNS com uma pesquisa anterior que também avaliou o consumo de narguilé, constata-se que o número de usuários jovens aumentou 139% em um período de 5 anos. Em 2013, quando foram coletados os dados da PNS, 63% dos usuários tinham entre 18 e 29 anos.

"Estamos preocupados com a tendência no Brasil e no mundo do uso de narguilé", disse o ministro durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira. Ele observou que existe entre os consumidores uma percepção errada de que o narguilé é menos prejudicial do que o cigarro comum. "O narguilé tem um impacto significativo sobre a saúde, tão importante ou mais importante do que o hábito de fumar cigarro."

Segundo Inca, a quantidade de fumaça inalada durante uma sessão de uso do narguilé, que pode durar de 20 a 80 minutos, corresponde à fumaça de 100 cigarros.

Chioro lembrou que o consumo de narguilé contribui para o surgimento de câncer de pulmão, de boca, esôfago, bexiga, além de doenças respiratórias. "Além disso, o compartilhamento bucal favorece a transmissão de outras doenças como herpes. É preciso considerar que existe um conjunto de malefícios", disse o ministro.

A PNS, que está em sua primeira edição, visitou 81.767 casas em todos os estados brasileiros no segundo semestre de 2013, entre as quais 62.986 aceitaram responder ao questionário do IBGE. O Ministério da Saúde já divulgou anteriormente outros resultados da pesquisa, entre os quais dados sobre obesidade, saúde da mulher, dos idosos, das crianças, acesso a serviços de saúde, incidência de problemas de saúde e hábitos dos brasileiros.
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