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Pedro Barusco depõe contra Renato Duque em ação penal da Lava Jato

G1

O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, delator da Operação Lava Jato, depõe nesta quarta-feira (9) na Justiça Federal como testemunha de acusação contra o ex-diretor da estatal Renato Duque. Barusco se comprometeu a devolver mais de R$ 250 milhões recebidos ilegalmente.

Outras duas pessoas também são rés na mesma ação - o também colaborador Júlio Camargo, que era consultor da empresa Toyo Setal, e João Antônio Bernardi Filho, que teria sido assaltado quando levava propina a Duque.

Duque e os outros dois respondem por crimes como corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. As irregularidades foram investigadas na 14ª fase da Operação Lava Jato, cujo foco foi direcionado para as empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez.

Desta vez, a audiência não será conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, uma vez que ele tem compromisso no Senado. Além de Barusco, estão previstos os depoimentos de mais quatro pessoas, sendo duas funcionárias da Petrobras.

A denúncia
Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), os réus participaram de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro para favorecer a empresa italiana Saipem na contratação de obras da Petrobras.

Para isso, utilizaram-se de transações bancárias nas contas da Hayley/SA, offshore uruguaia que mantinha contas na Suíça e que, posteriormente, remetia os valores como simulação de investimentos na sua subsidiária Hayley do Brasil.

Entre janeiro e agosto de 2011, ainda de acordo com o MPF, João Bernardi ofereceu R$ 100 mil a Duque para que a Saipem vencesse a licitação para a instalação do gasoduto. O diretor da estatal aceitou a proposta e assegurou a contratação da empresa italiana, diz o MPF.

A Saipem participou do certame a convite da Petrobras, junto com outras duas empresas. Mas, ainda conforme o MP, apenas a italiana apresentou proposta válida. Contudo, o preço apresentado inicialmente era 20% maior do que o estimado pela Petrobras, o que inviabilizava a contratação.

Além dos três réus, a denúncia do MPF também citava outras duas pessoas, Antônio Carlos Briganti Bernardi, filho de João Bernardi e Christina Jorge, que trabalhava na empresa investigada.

No despacho em que recebeu a denúncia, o juiz Sérgio Moro considerou que não havia provas de que os dois tenham cometido os crimes. Por isso, eles não serão processados imediatamente, mas podem virar réus caso o Ministério Público Federal (MPF) apresente provas suficientes do envolvimento dos dois.

My way
Pedro Barusco era subordinado de Duque na Petrobras. A 9ª fase da  Operação Lava Jato foi batizada de "My Way" (meu jeito), em referência ao ex-diretor da área de Serviços Renato Duque. Segundo Pedro Barusco, Duque era conhecido dessa forma.
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