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Sistema Cantareira tem 2ª alta seguida

G1

Após um mês e meio de estiagem, o Sistema Cantareira subiu pelo segundo dia seguido nesta quinta-feira (10), elevando seu volume de 15,4% para 15,6%, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Antes da alta desta quarta, o sistema havia ficado 44 dias sem aumentar o volume. A última elevação no sistema havia ocorrido no dia 27 de julho. A alta desta quarta é apenas a terceira verificada durante o inverno, estação mais seca do ano.

Entre as 9h de terça e as 9h desta quarta, o manancial recebeu 48,5 mm de chuva, 56% do previsto para todo o mês. Trata-se do maior volume desde 24 de dezembro de 2014, quando choveram 52,4mm.

No acumulado de setembro, a precipitação já chega a 65,5 mm, 75,6% do esperado.

Os demais cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também ampliaram seus volumes.

Agosto
Os novos números do Sistema Cantareira contrastam com o mau desempenho em agosto, mês em que teve apenas 30,7 mm de chuvas, o equivalente a 89,2% da média histórica do mês(34,4 mm).

Agosto foi o quinto mês seguido em que o sistema, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, fechou "no vermelho".

O índice de 15,6% do Cantareira divulgado pela Sabesp considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água.

Após ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a companhia passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.

O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira. Nesta quinta-feira, ele era de 12%. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil, e era de -13,7% nesta manhã.

Falta de planejamento
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a falta de água em São Paulo foi resultado da falta de planejamento do governo paulista.

O órgão relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou as alegações e disse que era impossível prever a estiagem de 2014.

As informações fazem parte do parecer do TCE sobre as contas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do ano passado. O TCE aprovou as contas do tucano com ressalvas no fim de junho e listou 20 recomendações em diferentes áreas que o governo deveria adotar.

Medidas preventivas 
Sobre a seca no estado, o Tribunal de Contas afirmou que outras medidas poderiam ter sido adotadas para que a crise não chegasse "ao ponto em que se encontra atualmente, ou pelo menos para que seus efeitos fossem minimizados".

Entre as propostas está a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, a recuperação da represa Billings e o combate mais efetivo de perdas de água na distribuição.

A Secretaria de Recursos Hídricos informou ao TCE que implantou diversas ações para uma situação de estresse hídrico, como o Programa de Uso Racional da Água (PURA), financiamento de estudos, projetos, obras e serviços ligados ao controle de perdas, e adoção de medidas para a prática de reúso de efluentes tratados para uso industrial, urbano e na agricultura.

Em nota enviada ao G1, o governo informou ainda que nenhum instituto ou especialista previu a severidade da seca que atingiu a região sudeste em 2014.
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