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Fotos de mamilos começam a se espalhar por São Paulo – e você pode colar na sua cidade se quiser

Elástica

Não estranhe se você se deparar com fotos de mamilos femininos e masculinos estampados em muros e postes da capital paulista. Trata-se do movimento Mamilo Livre, inspirado no internacional Free the Nipple. Idealizado pela psicóloga Letícia Bahia, autora do blog feminista Reflexões de uma lagarta, e pela fotógrafa Julia Rodrigues, autora do projeto ‘Pode Não Pode'; o propósito do movimento é questionar a censura do corpo feminino. Julia selecionou algumas fotos de seu projeto e as disponibilizou no site do movimento (traduzido em 14 línguas) para que pessoas de qualquer lugar do mundo possam imprimir e começar a participar da causa. Na cidade de São Paulo, já é possível encontrar as obras coladas pela Avenida Paulista, Rua Augusta, Largo da Batata, Minhocão, Sé, entre outras regiões. 

“Nossa motivação é ver as pessoas questionarem essas normas criadas acerca do nosso corpo”, diz a fotógrafa. “Sabe o que eu achei engraçado esses dias? Minha avó viu o projeto e veio falar que sutiãs de bojo fizeram as mulheres esquecerem de seus mamilos e ficaram preconceituosas quando o bico do peito aparece na roupa, e que ela é sempre recriminada pelas amigas por andar por aí sem sutiã. Sei que a principio parece uma bobeira, mas isso diz muito sobre o como a imagem do seio feminino até para as próprias mulheres foi sendo limitada pela censura”.

Segundo um dos pontos do manifesto, “esconder ou exibir os mamilos deve ser escolha, não obrigação. Para qualquer pessoa, de qualquer sexo, raça ou religião e em qualquer idade”. Segundo Julia, “Um sonho, seria viver num momento em que o torso feminino não seja visto sempre como um espetáculo pornográfico digno de censura. Um mamilo é um mamilo, que nem os dos moços. Se eles podem, deveríamos poder também. Não é que eu queira sair por aí sem camisa, entende?”.

O site ensina o passo-a-passo para as pessoas que quiserem aderir ao movimento, e foi criado um Tumblr para serem postadas as fotos de suas colagens por aí.

Perguntada sobre até quando elas pretendem continuar com o projeto, Julia brinca: “Não vamos colocar uma meta, deixaremos em aberto e quando atingirmos ela, nós triplicaremos a meta”.
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