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Renan diz que o mais 'recomendado' é adiar sessão para analisar vetos

G1

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (22) que, na opinião dele, o mais "recomendado" é adiar a sessão conjunta da Câmara e do Senado marcada para esta noite. Ele disse que, ao longo do dia, irá se reunir com líderes partidários para propor o adiamento da sessão.

Na avaliação do peemedebista, o "pior" que pode ocorrer para o país neste momento é que a sessão do Congresso seja realizada, com o risco de os vetos presidenciais às chamadas "pautas-bomba" serem derrubados pelos parlamentares.

O Congresso Nacional deve se reunir para analisar 32 vetos da presidente Dilma Rousseff, entre os quais o que derrubou reajuste de até 78% aos servidores do Judiciário. De acordo com o Ministério do Planejamento, eventual retomada desses dispositivos vai gerar um gasto extra de R$ 23,5 bilhões no ano que vem e R$ 127,5 bilhões até 2019.

Preocupado com a possibilidade de vetos presidenciais a “pautas-bombas” serem derrubados, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que deve assumir a articulação política do governo, se reuniu na noite desta segunda-feira (21) com líderes da base aliada na Câmara para apresentar o impacto da eventual retomada dos projetos vetados.

"Eu acho que, do ponto de vista do Congresso, o mais recomendado, cedendo ao apelo de não permitir desarrumação fiscal, é adiar a sessão. Como nós vamos fazer, nós ainda não sabemos. Mas eu pretendo conversar com os líderes para que nós façamos isso com a maior responsabilidade fiscal, que é o que o Brasil cobra de todos nós nesse momento", ressaltou Renan a jornalistas na manhã desta terça no Senado.

Apesar de o próprio Legislativo ter aprovado os projetos que geram despesas bilionárias à União, o presidente do Congresso destacou que, "definitivamente", chegou o momento de se fazer um apelo à responsabilidade fiscal.

"Eu acho que o pior que pode haver para o Brasil é nós fazermos essa sessão do Congresso Nacional, potencializando o risco da desarrumação fiscal", complementou.

Durante a reunião desta segunda no Palácio do Planalto, os parlamentares da base aliada disseram a Berzoini que o veto ao reajuste do Judiciário corre o risco de ser derrubado. Servidores têm feito forte pressão pelo aumento salarial, com manifestações semanais em frente ao Congresso. A proposta vetada por Dilma prevê aumentos entre 53% e 78% aos servidores, a depender do cargo.

As correções salariais seriam escalonadas até 2019. De acordo com o Planejamento, essa proposta vai gerar uma despesa de R$ 5,3 bilhões no ano que vem. Em quatro anos, até 2019, o custo total será de R$ 36,2 bilhões.

Cunha
Embora não faça parte da mesa diretora do Congresso Nacional, o presidente da Câmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez coro a Renan Calheiros e defendeu nesta terça o adiamento da sessão conjunta de deputados e senadores. Na opinião dele, uma eventual derrubada dos vetos significaria uma sinalização “horrorosa” para o mercado.

“Eu acho melhor não correr esse risco e adiar por uma questão muito simples: porque, se o governo perder, a sinalização para o mercado vai ser horrorosa. E a situação já tem uma instabilidade. Então, você não deverá correr muitos riscos. Para não correr risco, o ideal é que ele [Renan] adie, mas não cabe a mim [decidir]”, enfatizou.
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