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Aécio diz que prioridade do governo é se manter por mais uma semana

Rodrigo Viga Gaier, Reuters

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a prioridade do governo da presidente Dilma Rousseff é se manter por mais uma semana e afirmou também que o programa de TV do partido que vai ao ar nesta segunda-feira não defenderá abertamente o impeachment da presidente.

O tucano, que foi derrotado por Dilma no segundo turno da eleição presidencial no ano passado, disse que o impedimento de um presidente está previsto na Constituição e que não cabe ao PSDB determinar de qual forma se dará a saída para a atual crise vivida pelo país.

“Temos um governo cada vez mais refém da semana seguinte. A presidente Dilma tem como projeto de governo se manter no cargo por mais uma semana. Entrega-se ministérios, cargos públicos e o Brasil vai continuar perplexo da incapacidade do governo de resolver o que criou", disse Aécio durante evento do PSDB no Rio de Janeiro.

"O único projeto visível dela é se manter no poder, mesmo que tenha de entregar áreas importantes para aliados.”

Dilma é alvo de investigações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunal de Contas da União (TCU).

No primeiro caso, a chapa formada por Dilma e o vice presidente Michel Temer, reeleita em 2014, é alvo de pedido de cassação por suposto abuso de poder político e econômico.

Já o TCU avalia as chamadas pedaladas fiscais do governo, ou seja, manobras adotadas para equilibrar as contas do país, mas que podem ter infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal. Um parecer do órgão pela irregularidade nas contas do governo pode abrir caminho para um processo de impeachment de Dilma por crime de responsabilidade.

“O impeachment é uma previsão constitucional. Se adquiridos os componentes políticos e jurídicos, o impeachment é uma previsão que deve ser respeitada assim como outras, como prevê a Constituição”, afirmou o tucano. Ele garantiu, no entanto, que o programa de TV do partido não defenderá abertamente o impedimento.

“A saída para a crise será dará dentro daquilo que prevê a Constituição. Não cabe ao PSDB escolher a saída, se é via impeachment, via cassação pelo TSE ou afastamento por livre e espontânea vontade. Ou até mesmo a sua eventual continuidade no cargo. Isso não depende do PSDB. O PSDB tem que garantir que essas instituições funcionem”, declarou ele, se referindo ao TCU e ao TSE.
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