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Ministros e líderes se reúnem para combinar esforços visando manter vetos

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

Líderes da base aliada, reunidos com os ministros das Comunicações,  Ricardo Berzoini e da Aviação Civil, Eliseu Padilha (Aviação Civil), na manhã de hoje (29), combinaram esforços para garantir a manutenção dos vetos aos projetos de lei sobre reajuste de 78,6% para o Judiciário e ao que reajusta o benefício dos aposentados pelo índice de correção do salário mínimo. A sessão do Congresso Nacional que vai examinar os vetos está prevista para amanhã, às 11h.

“Manter os vetos passou a ser uma questão essencial para o país. Qualquer passo em falso de hoje até amanhã pode corroer a situação econômica, porque os impactos são enormes: um é de R$ 36 bilhões - o aumento do Judiciário - e outro R$ 11,5 bilhões -benefício dos aposentados. Já nos livramos de R$ 80 bilhões na semana passada”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ao lembrar da sessão que acabou com a manutenção de 26 vetos presidenciais.

Efeito cascata

Guimarães afirmou que, além de injusto com outros servidores públicos, os reajustes previstos no projeto também criam um efeito cascata para estados e municípios no que se refere a pagamento de outras categorias. O parlamentar cobrou um posicionamento da oposição em relação ao assunto. Guimarães afirmou que a base vai garantir que a sessão ocorra. Acrescentou que o momento é de “mostrar a cara”.

“Não terá sucesso algum [o ajuste fiscal enviadas pelo governo] sem a manutenção destes vetos. Em uma hora como esta é fundamental que a oposição diga o que quer para o país”, disse.

O esforço, segundo ele, envolverá convencimento. José Guimarães afirmou que o governo não está usando qualquer estratégia para evitar a criação destes gastos e descartou, inclusive, que a reforma ministerial seja usada neste sentido. Sequer o PMDB, segundo ele, mostrou “inquietação” na reunião de hoje. Ainda não há data para que a presidenta Dilma Rousseff anuncie as mudanças administrativas do governo. Para o parlamentar, o importante é que, além do “simbólico” corte de despesas, a reforma “atenda à nova governabilidade, essencial para a rigidez das medidas para retomada do crescimento brasileiro”.

Para o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a distribuição de cargos não produzirá qualquer efeito na sessão conjunta de amanhã. “Os vetos foram mantidos [na semana passada] independentemente de reforma ministerial. Não dá para achar que depende de cargos”, afirmou.

Cunha, que é a favor da manutenção do veto ao reajuste do Judiciário, defendeu que a sessão de amanhã esgote a pauta do Congresso e abra caminho para que senadores e deputados também possam deliberar sobre a decisão de Dilma a respeito de dois pontos essenciais para as eleições municipais. O primeiro deles é o que trata do financiamento de campanha – público ou misto – e o segundo sobre a janela partidária que define o prazo para que os políticos mudem de partido. “Não podemos chegar a um ano antes das eleições – na próxima sexta-feira [2 de outubro] – e ficar com indefinições. Esta incerteza do governo de levar até o último minuto não foi boa para o processo. Se o governo veta o prazo de filiação [previsto no projeto], o prazo passa a ser sexta-feira e não daqui a seis meses. [Isso] nos dá uma incerteza no processo absolutamente desnecessária”, disse.
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