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Notícias / Brasil

Exame de DNA confirma que mais 2 jovens são filhos do pedreiro Amarildo

G1

Um exame de DNA confirmou que dois jovens não registrados são filhos do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu na favela da Rocinha, em 2013. Como mostrou o Bom Dia Rio desta quarta-feira (14), além dos quatro reconhecidos por certidão de nascimento, o exame confirmou que Amarildo Gomes de Souza Junior, de 21 anos, e Emerson Gomes de Souza, de 23 anos, também são filhos do pedreiro.

Na Justiça, o estado alegou que os dois não seriam filhos de Amarildo por não ter sido registrados pelo pai. Dessa maneira, eles não teriam direito a indenização. O advogado explicou que com o resultado desse exame será feita uma nova certidão de nascimento e, em seguida, o pedido de indenização ao estado.

O caso envolvendo o ajudante de pedreiro Amarildo começou no dia 14 de julho de 2013. Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha estavam atrás dele, pois achavam que Amarildo sabia onde os traficantes guardavam armas e drogas.

Eles levaram Amarildo, primeiro, até uma das bases da UPP, na parte baixa favela. Uma câmera registrou a última imagem dele: passava das 19h. Amarildo entrou num carro da PM, que subiu para a sede da UPP, no alto do morro.

O então comandante da unidade, major Edson Santos, sempre disse que Amarildo foi ouvido por poucos minutos e que depois saiu de lá a pé, sozinho. Mas a Polícia Civil e o MP não tiveram dúvidas que o major mentiu.

A conclusão dos investigadores, em outubro do mesmo ano, foi de que a tortura aconteceu atrás dos contêineres da UPP. O ajudante de pedreiro recebeu descargas elétricas, foi sufocado com sacos plásticos e afogado num balde por quase duas horas.

Vinte e cinco policiais militares foram denunciados por tortura seguida de morte. O então comandante da UPP, Major Edson Santos, quatro PMs que participaram diretamente da violência, 12 que ficaram de vigia e 8 que estavam dentro dos contêineres e não fizeram nada pra impedir o crime.

PMs que colaboraram com as investigações contaram que o major estava em um dos contêineres e que era possível ouvir gritos. Quando os gritos pararam, segundo eles, um policial entrou num almoxarifado e pegou uma capa de moto preta. Os promotores afirmaram que o corpo foi enrolado nessa capa.

Dos 25 réus, 16 também respondem por ocultação de cadáver. A polícia civil fez várias buscas na mata, mas nunca conseguiu encontrar o corpo de Amarildo de Souza.

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