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Taques considera avanço contra corrupção ter ex-governador, ex-presidente da AL e ex-secretários de MT na cadeia

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

Classificando o momento vivido por Mato Grosso como histórico, o governador José Pedro Taques (PSDB) afirmou que ninguém está acima da lei. “Não é normal que um ex-governador, um ex-presidente da Assembleia Legislativa e oito ex-secretários de Estado estejam ou foram presos”, observou ele, durante a abertura do II Seminário de Combate e Controle da Corrupção do Brasil, nesta sexta-feira (16), no Salão das Árvores do Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

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“Vivo um misto de alegria e tristeza. Alegria em ver que as instituições funcionam para todos. E tristeza por me perguntar: como chegamos até aqui? Como permitimos isso?”, questionou Taques, numa referência ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB), preso no Centro de Custódia de Cuiabá (Carumbé); ex-deputado José Geraldo Riva, e os ex-secretários Marcel de Cursi (Fazenda) e Pedro Nadaf (Casa Civil), todos presos, entre outros.
 
O ex-governador foi denunciado pelo Ministério Público do Estado por organização criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e extorsão. Ele permanece recluso no Carumbé, após passar alguns dias no quartel do Corpo de Bombeiros de Cuiabá.  

O governador admitiu que possam ter ocorrido casos de corrupção em seu governo de nove meses. “São 98 mil servidores públicos e Mato Grosso possui R$ 90 bilhões de Produto Interno Bruto [PIB], além de R$ 16 bilhões de orçamento. Sim, existem casos de corrupção”, admitiu ele.

Pedro Taques citou que há corrupção mesmo em países ricos, como Alemanha, Japão e Suíça. “Lá também existe corrupção. O que não existe é impunidade. Ninguém está acima da lei”, pontuou ele, aplaudido por uma platéia composta majoritariamente por estudantes e operadores do Direito.
 



Entenda o caso

Silval Barbosa, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi estão presos acusados de irregularidades na concessão e fruição dos benefícios fiscais do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), condutas planejadas e executadas, no período de 2011 a 2015, segundo denúncia do Ministério Público Estadual.
 
O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso apontou a existência de irregularidades na concessão de benefícios fiscais que, no ano de 2012 atingiu o patamar de R$ 1,13 bilhão e, em 2013, o valor de R$ 1,3 bilhão, conforme apontado em relatórios de auditoria.
 
A denúncia da promotora Ana crista Barbusco Silva, que coordenou as investigações, consta que “liderada pelo então governador Silval da Cunha Barbosa que, ardilosamente, compôs seu staff com agentes afinados aos seus propósitos criminosos, lotando-os em cargos estratégicos, nas Secretarias com atribuição na área tributária – cobrança/arrecadação/benefícios fiscais”.

“Era objetivando capitalizar no interesse da organização recursos que exigiam/recebiam da classe empresarial mato-grossense, para permitir a obtenção e fruição de benefícios fiscais de diversas naturezas (créditos tributários – redução da base de cálculo – crédito outorgado, incentivos fiscais)”, aponta Ana Cristina Bardusco. (Colaborou Arthur Santos).
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