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São Paulo não age, mas é cada vez mais dependente de Pato

ESPN

Alexandre Pato custa caro, tem um salário altíssimo, pertence ao rival Corinthians e não agrada a boa parte da torcida.

Apesar de tudo isso, o atacante de 26 anos é o melhor jogador do São Paulo em 2015, e os números provam isso.    

Mas o clube, que tem vínculo com o camisa 11 por empréstimo até o fim deste ano, corre sério risco de não tê-lo na próxima temporada. Pato tem contrato assinado com o Corinthians até o final de 2016, e o rival não abre mão de uma boa quantia financeira para liberá-lo, o que faz sentido, já que no início de 2013 desembolsou R$ 40 milhões por ele - naquele que foi o negócio mais caro de sua história. 

Se com a camisa alvinegra o atacante não vingou, no São Paulo a coisa é diferente, a ponto de Pato fazer o time ser cada vez mais dependente de si. 

Além de ser o artilheiro da equipe na temporada com 26 gols em 54 jogos, média de 0,48 por partida, o atacante tem mais bolas nas redes que Luis Fabiano (9), Michel Bastos (10) e Paulo Henrique Ganso (2) juntos (21). Ao todo, ele tem participação direta em 35% dos lances decisivos (gols e assistências) do time em 2015, segundo números da Footstats.

Se vistas apenas as assistências, Pato até perde para dois deles, mas também não faz feio: enquanto distribuiu sete passes que terminaram em gols, Bastos serviu para oito e Ganso, para 12.

Mas até o momento o São Paulo enrola ou, no máximo, empurra uma possível compra dos direitos do atacante.

Não é segredo que o Corinthians sonha em negociar Pato com algum clube europeu para, assim, recuperar ao menos parte do dinheiro investido. Porém, apesar do bom desempenho do atleta no São Paulo, ainda não chegaram propostas tentadoras. Assim, já existe a possibilidade de ele voltar ao time comandado por Tite, o que faria o rival tricolor sofrer para encontrar outro atacante que entregue a mesma performance.

"Eu tenho 30 dias para jogar aqui e tenho que resolver a minha vida. Se o São Paulo não quiser e o outro lado quiser, eu vou ser profissional e voltar. O São Paulo tem me dado muito carinho. Mas falar que me quer e eu não receber nada também não é justo", disse o jogador há alguns dias.

Atualmente, o salário de R$ 800 mil é pago da seguinte forma: R$ 400 mil pelo time do Parque São Jorge (só de direitos de imagem, portanto, sem impostos) e R$ 400 mil pela diretoria do Morumbi (R$ 100 mil de imagem mais R$ 300 mil de CLT, com impostos sobre este valor).

Pesa também na questão o fato de o clube do Morumbi viver situações financeira e política bem complicadas - tem dívida de R$ 272 milhões e viu nos últimos dias Carlos Miguel Aidar renunciar à presidência após denúncias por variados motivos e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ser eleito na noite dessa terça como novo mandatário até abril de 2017).

Pato também não goza de total confiança da torcida. Seus gols e assistências a empolgam, mas suas aparente displicência e perda de bolas na tentativa de dribles no meio de três, quatro marcadores a irritam, assim como seus constantes erros em cobranças de faltas e escanteios. Foi assim, por exemplo, contra o Santos na quarta-feira da semana passada, no Morumbi, quando o São Paulo caiu por 3 a 1 (gol do camisa 11) na ida da semifinal da Copa do Brasil. 

Uma classificação tricolor na Vila Belmiro na noite desta quarta-feira pode mudar esta relação.  
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