Imprimir

Notícias / Ciência & Saúde

Saiba como reduzir a umidade do ar e evitar doenças e alergias

G1

Depois de um julho seco que levou a cidade ao estado de atenção em 2008, São Paulo vive em 2009 um mês de umidade elevada e muita chuva. E se água de menos é um problema, água demais também não deixa de ser. O excesso de umidade pode facilitar a transmissão de vírus, causar proliferação de mofo e aumentar o número de casos de alergia.

A umidade elevada neste último mês é resultado de uma convergência de três diferentes fatores, explica o meteorologista Marcelo Seluchi, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Primeiro, tivemos duas grandes frentes frias, uma no começo do mês e outra na semana passada, que trouxeram muita chuva. Além disso, o vento durante este mês veio forte do leste, que é onde está o mar. E, por último, tivemos chuvas acima da média na Amazônia, o que também eleva a umidade do Sudeste”, explica Seluchi.

Embora essa convergência seja rara, é considerada normal. “As condições climáticas de julho variam muito de um ano para o outro, isso é esperado”, diz o meteorologista. Também não parece haver influência de mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global.

“O comportamento deste mês não se encaixa com o que esperamos das mudanças climáticas. As pesquisas mostram que o aquecimento global vai estender a estação seca e isso é o oposto do que estamos vendo aqui”, explica.

Problemas de saúde

A baixa umidade relativa do ar causa dificuldades respiratórias porque diminui a produção do muco que serve de filtro de ar para nosso organismo. “A dinâmica respiratória fica bastante prejudicada com o ar seco. Com o muco reduzido, uma bactéria que seria eliminada com facilidade fica ali, aumentando o risco de uma infecção”, explica Paulo Olzon, médico infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

É ruim, mas não quer dizer que o inverso, a alta umidade no ar, seja um bom negócio. O ambiente mais úmido favorece a proliferação de mofo e de fungos. Com isso, as pessoas alérgicas sofrem com mais crises. “O inverno já tem menos luz. Se em cima disso há muita umidade, aumenta a quantidade de ácaros e a exposição a alérgenos”, afirma Maria Cláudia Stockler, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Além das alergias, a umidade pode favorecer também a transmissão do vírus da gripe comum. “De um modo geral, o vírus se dá muito melhor com o ambiente úmido. Ele sobrevive mais tempo”, explica Olzon.

No entanto, é bom deixar claro: não há ainda como afirmar que o vírus da nova gripe se comporta da mesma maneira. “Não temos nenhum estudo que mostre uma relação entre as duas coisas nesse novo vírus”, explica David Uip, infectologista e diretor do Hospital Emílio Ribas.

Fora os problemas de saúde, a umidade também pode estragar móveis, roupas e aparelhos eletrônicos. Para evitar tudo isso, o mais indicado é resistir à tentação do inverno de deixar a casa toda fechada. Quanto mais ventilado e iluminado estiver um cômodo, melhor.
Imprimir