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Ex-assessor da Secopa atribui congestionamentos no Viaduto da UFMT a obra inacabada e diz que uma faixa deveria ser suficiente

Da Redação - Laíse Lucatelli

O ex-assessor especial da Secopa Rafael Detoni, que elaborou o plano de mobilidade para a Copa 2014, afirmou que a redução de faixas no Viaduto da UFMT prejudica o trânsito somente porque não foi realizada outra obra fundamental para o escoamento da região: a Via Parque do Barbado. Ao contrário de outros viadutos feitos para a Copa 2014, o Viaduto da UFMT tem apenas uma faixa na parte inferior, enquanto a maioria das obras desse tipo em Cuiabá possui duas faixas.

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De acordo com Detoni, se essa avenida tivesse sido concluída, a única faixa na parte inferior do viaduto seria suficiente para atender o fluxo do bairro Jardim das Américas e região. A justificativa foi apresentada durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, nesta semana.

“O Viaduto da UFMT só está lá por causa da Via Parque do Barbado. A função dessa via é servir de ligação entre as avenidas Archimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho) e Fernando Correa, e absorver a demanda de veículos que usam a avenida Brasília para fazer esse trajeto. As duas obras têm relação. Porém, a Via Parque do Barbado não foi concluída, prejudicando o trânsito no viaduto”, afirmou.

O especialista em engenharia de transportes argumentou, ainda, que se a obra tivesse sido concluída conforme planejado, seria suficiente a existência de apenas uma pista para acessar a avenida Brasília e o Shopping Três Américas, e não haveria os longos engarrafamentos que hoje tumultuam o trânsito na região.

“Com a Via Parque em pleno funcionamento, o fluxo de veículos na pista inferior do viaduto cairia 80%, porque só haveria trânsito local para acessar o comércio e as residências da avenida Brasília. Essa avenida não seria mais usada como ligação com a Archimedes Pereira Lima. E somente para acessar a avenida Brasília não precisaria de duas faixas de rolamento”, justificou Detoni.

O ex-funcionário da Secopa afirmou, ainda, que somente uma grande obra de drenagem pode por fim aos alagamentos que ocorrem na cabeceira do viaduto quando chove em Cuiabá. “A obra de drenagem não foi concluída e, para fazer isso, é preciso rasgar a Fernando Correa e fazer a drenagem”, disse.

Após dois anos paralisada, a obra da Via Parque do Barbado foi retomada no dia 5 de novembro. A implantação está orçada em R$ 28 milhões, dos quais, até o momento, R$ 20 milhões já foram repassados ao consórcio construtor, segundo a Secretaria de Estado de Cidades (Secid). A via tem 1,7 km de extensão, e liga as avenidas Fernando Correa da Costa e Archimedes Pereira Lima.

O Viaduto da UFMT, por sua vez, faz parte do pacote de obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que foi licitado por R$ 1,47 bilhão e está paralisado desde o fim do ano passado. 
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