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Disputa atrasa composição de Comissão do Impeachment

O Globo

BRASÍLIA — Em vários partidos, da oposição e do governo, está travada uma briga de foice para fazer parte da Comissão Especial de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, que será instalada na próxima segunda-feira. São muitos pretendentes para poucas vagas. Os partidos têm até as 14h de segunda-feira para indicar os nomes. Pouco mais da metade da bancada de 21 deputados dos Democratas luta por uma das duas vagas de titulares da comissão. Na impossibilidade, buscam as duas suplências. Estão nessa situação Rodrigo Maia (RJ), Ônyx Lorenzoni (RS), Cláudio Cajado (BA), Alexandre Leite (SP), Mandetta (MS) e Elmar Nascimento (BA), entre outros. Com tantos pretendentes, o líder do partido, Mendonça Filho (PE), decidiu ficar fora da disputa.

— Evidentemente que gostaria de estar na comissão, pelo meu histórico e o protagonismo que adquiri no partido. Mas, como líder, nessa hora é preciso ser magnânimo. Vamos decidir quem serão os integrantes com muita conversa e anunciaremos na segunda — disse Mendonça Filho.

No PSDB, "colega" de oposição, a situação é idêntica. Entre 15 a 20, dos 54 deputados da bancada, pleiteam uma das seis vagas de titular. Até a natural indicação dos líderes Carlos Sampaio (SP) e Bruno Araújo (PE), da Minoria, corre risco. Não será uma composição fácil.

— Inicialmente, foram anunciadas as duas presenças, minha e do Sampaio. Está confirmado? Está. Mas há muita demanda. Há o protagonismos dos líderes, mas...Tem duas correntes no partido: uma que defende indicação dos mais experientes e outra que pretende que seja uma composição mais mesclada, com novatos também. Tem a questão da representação feminina e o tamanho da bancada por estados. Enfim, muitas vertentes para analisar — disse Araújo.

Nos gigantes PMDB e PT, cada um com oito vagas titulares na comissão, o enfrentamento também existe. Mais no PMDB — onde há parlamentares a favor e contra Dilma — que no PT, partido, claro, fechado contra o impeachment. Entre os petistas, a disputa é só de nomes, não de posição, caso do PMDB. Entre os 65 peemedebistas, pelo menos 30 manifestaram desejo de participar da comissão.

No PSD, a disputa se dá no grupo de Whatsapp da legenda: cada um da bancada anuncia o desejo de ser indicado. O partido tem 36 deputados e quatro vagas de titulares. Sóstenes Cavalcante (RJ), contrário a Dilma e a favor do impeachment, postou no grupo que a escolha deve ser equilibrada, e não apenas de governistas. A decisão deve passar pelo ministro Gilberto Kassab (Cidades).

— Fui o primeiro a me manifestar no grupo. Mas acho difícil ser escolhido dado meu perfil anti-governo — disse Ricardo Izar Júnior (SP).

Todos os 29 partidos com deputados na Câmara estarão representados na Comissão do Impeachment. Vários partidos já definiram seus nomes. E alguns deles escolheram seus líderes. Mesmo sem fechar toda a relação, o PT já escolheu o líder do governo José Guimarães (CE) e o líder do partido na Câmara, Sibá Machado (AC). O PCdoB, que tem apenas uma vaga, vai com a líder Jandira Feghali (RJ). O Solidariedade escolheu para seus dois assentos na comissão o presidente da legenda, Paulinho da Força (SP) e o líder do partido, Arthur Maia (BA). Para sua única vaga, o PV indicou o líder Sarney Filho (MA). O PSOL também escolheu o líder Ivan Valente (SP).
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