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Assembleia instala frente para defender VLT; governo espera estudo para decidir

Da Redação - Laíse Lucatelli

A Assembleia Legislativa instalou, na manhã desta sexta-feira (11), a frente parlamentar em prol do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), para defender a conclusão das obras do modal, paralisadas há cerca de um ano. O coordenador da frente, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), defendeu a união para sensibilizar governador Pedro Taques (PSDB), que aguarda a conclusão de um estudo para definir o que fazer.

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“Essa frente é um marco histórico na luta por um sonho de transformar a qualidade de vida de milhares de cidadãos de Cuiabá e Várzea Grande que dependem do transporte coletivo, além da transformação do meio urbano. Isso será possível com a união de toda a classe política. Vamos nos aliar ao governo e sensibilizá-lo que o VLT é um caminho sem volta”, disse Pinheiro.

Ele recebeu o apoio do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), e do ex-senador Jaime Campos (DEM), que representou sua esposa, a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM). “Sou 1000% a favor da conclusão do VLT. Esse movimento é importante, pois temos que ter uma soma de esforços. Queremos muito uma solução para essa obra, que criou uma ferida, uma rachadura no meio de Cuiabá e Várzea Grande”, afirmou Mauro Mendes.

Jaime, por sua vez, ponderou que há muitas dificuldades para dar andamento à obra, em especial, o custo para conclusão e manutenção. Do valor de R$ 1,47 bilhão do contrato, já foram pagos R$ 1,066 bilhão, mas o consórcio solicitou o pagamento de R$ 400 milhões além do contrato para concluir o VLT.

“Sou a favor da conclusão do VLT pois a obra já foi iniciada, e é importante para integrar Cuiabá e Várzea Grande. Mas é uma obra economicamente inviável, tanto que até hoje não foi feita nenhuma PPP (parceria público-privada) para terminar o VLT. Se fosse o BRT, já estaria pronto, pois era uma obra mais simples. Além disso, o governo vai ter que subsidiar a passagem. É claro que o governador Pedro Taques (PSDB) está com uma batata quente nas mãos”, afirmou o ex-senador.

O presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf, (PSDB), foi outro que defendeu a conclusão do modal e uma PPP. “Precisamos concluir essa obra. Já virou um estigma, uma vergonha para nossa cidade ter essas carcaças, e a população sem poder aproveitar. Acho que o que menos importa é saber quem é o culpado do passado. Que a o Ministério Público e a Polícia Federal façam as investigações quanto a isso, mas temos que buscar soluções acima de tudo. Defendo que a PPP é uma saída rápida e eficaz para viabilizar os recursos financeiros necessários para terminar a obra”, disse.

O senador Wellington Fagundes (PR) defendeu não só a conclusão do VLT, mas de todas as obras inacabadas do Brasil. “A Copa no Brasil foi um sucesso, apesar do 7 a 1. Mas há obras inacabadas em cada subsede e a população quer ver as obras concluídas. A pior obra é a obra inacabada, é a que dá mais prejuízo. Se for necessário, temos que buscar até recursos externos. O VLT trata da mobilidade urbana e faz transformação no aspecto urbanístico da cidade. Cuiabá tem uma origem sem planejamento então o VLT é fundamental”, disse.

Governo aguarda

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, informou que o governador Pedro Taques aguarda a conclusão do estudo da consultoria KPMG para tomar uma decisão sobre o VLT. No dia 18 de dezembro a empresa deve entregar o primeiro produto: informar o quanto efetivamente o governo passado pagou.Em março, deve ser concluído o estudo completo.

“A KPMG vai nos dar respostas e, aí sim, vamos trilhar o caminho certo. Quando vai custar a passagem? Quanto foi pago efetivamente no VLT? Quanto falta? Esses vagões podem chegar até onde e em que prazo? Depois dessas respostas, o governador vai decidir que caminho tomar. Não podemos atravessar o carro na frente dos bois. Cada dia com sua agonia. Vamos esperar para ver qual será o resultado desse trabalho”, afirmou.

Paulo Taques garantiu que, ao menos por enquanto, o governo trabalha com a intenção de concluir o VLT. Para isso, o governo avaliar inclusive firmar uma PPP. “Por enquanto a opção é buscar saídas para terminar o VLT, independente do cenário. Quer um cenário pior do que quando entramos no governo que achamos R$ 84 mil na conta? Mas uma PPP é uma saída possível, uma empresa assumir o VLT, ter a concessão por 30 anos”, disse. 
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