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Estudo prevê que 2016 será o ano mais quente da história; Em 2015, Cuiabá teve o dia mais quente em um século

Da Redação - Túlio Paniago

Já dizia Eclesiastes: “Não há nada de novo sob o sol”. Porém, não é isso que aponta o Met Office, instituto de meteorologia do Reino Unido, que divulgou uma assustadora previsão para o ano de 2016. Segundo o estudo, o que há de novo sob o sol é uma onda de calor nunca vista até então. Pelo menos, desde o início dos registros, em 1880.

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Portanto, 2016 seria o ano mais quente já registrado no mundo. E, se isso impressiona qualquer pessoa do globo, imagina os cuiabanos, que já vivem na cidade conhecida nacionalmente pelo calor. Basta lembrar os versos da música “Te Ver”, do Skank, que relata situações impossíveis ou improváveis, “como não sentir calor em Cuiabá”.

Efeitos em Cuiabá

De acordo com o site meteorológico ClimaTempo, a tarde de 6 de outubro deste ano foi a mais quente já registrada em Cuiabá em 104 anos.

O Instituto Nacional de Meteorologia registrou uma temperatura máxima de 42°C na capital. O valor foi constatado na leitura do termômetro de máxima que é feita regularmente às 21 horas (de Brasília). Mas, obviamente, a sensação térmica é muito maior.

Previsão para o domingo (20)

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o domingo na “cidade verde” deve amanhecer e anoitecer nublado. Durante a tarde, é esperado pancadas de chuva e trovoadas isoladas. A mínima pode chegar aos 23ºC e máxima prevista é de 35ºC.  

Efeitos no Brasil

No Brasil, o El Niño aumenta as precipitações na Região Sul e a estiagem no Nordeste. Parte da Amazônia também sofre uma seca intensa, levando a mais queimadas e à devastação da floresta.

O Sudeste deve se preparar para ver mais uma vez seus reservatórios vazios. As pancadas de chuva irregulares “desobedecem” os registros históricos usados para o planejamento da distribuição de energia.

Efeitos mundiais

De acordo com o Met Office, as temperaturas médias mundiais ficarão, em 2016, entre 0,41 e 0,65º C acima da média registrada entre 1981 e 2010 (14,3 graus), e subirá entre 0,72 e 0,96º C em relação à média entre 1961 e 1990.

Segundo o Instituto, há apenas 5% de chances de a temperatura média no mundo, em 2016, ser inferior à de 2015. E a tendência é que estes recordes continuem sendo batidos nos próximos anos.

Para se ser uma ideia, 2014 havia sido o ano mais quente; depois, 2015.  E, agora, provavelmente, o ano seguinte não deve fugir à regra. “As taxas de aquecimento da década podem atingir os maiores níveis do século em dois anos", disse Adam Scaife, da Agência Meteorológica britânica.

Os motivos

A combinação de dois fatores é apontada pelos cientistas como a principal causa para esse aumento de temperatura. Um é a mudança climática provocada pela atividade humana. E o outro é o fenômeno “El Niño”, que aqueceu mais do que o normal as águas tropicais do Oceano Pacífico.

Entenda o El Niño

O El Niño começou em setembro de 2015 e pode durar até outubro de 2016. O fenômeno acontece quando uma corrente do Pacífico se inverte - algo que ocorre a cada três, quatro ou cinco anos -, trazendo chuvas onde normalmente há secas, e secas onde normalmente há chuvas.

O fenômeno atual é considerado parecido com o El Niño de 1998, que provocou estragos no sistema climático mundial. O de agora pode aumentar o risco de secas na África do Sul, no leste da Ásia e nas Filipinas – e pode trazer enchentes ao sul da América do Sul.
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