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Mulher ferida por bagre completa 17 dias em UTI e não deve amputar perna

Do G1 Santos

A mulher de 44 anos que sofreu um ferimento na perna direita causado pelo "ferrão" de um bagre apresentou melhora no seu estado de saúde e não corre mais o risco de ter a perna amputada. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Irmã Dulce desde o dia 13 de janeiro.

A dona de casa se feriu após ter contato com o 'ferrão' que estava em uma sacola de lixo em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município no dia 12 deste mês e foi transferida para a UTI do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no dia 13.

O estado de saúde da mulher, que passou por uma cirurgia complexa, era gravíssimo, por conta do quadro de infecção generalizada. Segundo o hospital, no momento a dona de casa está sem dores e não corre mais o risco de ter a perna amputada.

No acidente envolvendo a dona de casa, a infecção pode ter sido adquirida porque o peixe esteve por longo período em ambiente altamente contaminado, diferente dos outros acidentes, que foram em praia, faixa de areia ou na água.

Outros casos
O primeiro caso de acidente envolvendo bagres em Itanhaém aconteceu no início do mês, na Praia do Centro, conhecida popularmente como "Praião", quando uma mulher foi atingida pelos ferrões do animal. O peixe ficou preso à barriga da vítima, que precisou ser submetida a uma microcirurgia.

Em seguida, um novo caso aconteceu no dia 9, quando um bagre ficou preso no braço de uma banhista na região da Boca da Barra.

A terceira e a quarta ocorrências foram registradas no mesmo dia, sendo que uma delas é da dona de casa, que esbarrou em um saco de lixo, que continha um bagre morto. No mesmo dia, uma criança, com idade entre nove e dez anos, deu entrada na unidade de saúde de Itanhaém com ferimentos causados por um bagre.

O quinto caso aconteceu com uma mulher de 54 anos, também turista. Ela foi atingida pelo ferrão do peixe enquanto pescava com o marido. Arícia Aparecida Gouveia Dias contou ao G1, inclusive, que comeu o peixe após o incidente. A UPA de Itanhaém também registrou o atendimento de um idoso que pisou no ferrão enquanto caminhava na praia.

Já a sétima vítima foi um morador de Santos, que também acabou se ferindo durante uma caminhada na Praia do Boqueirão. A cabeça do animal ficou presa ao pé dele.

O oitavo caso foi registrado na tarde do último domingo (24), quando uma menina de 12 anos pisou no no "ferrão" do animal na faixa de areia de uma praia de Itanhaém.

Especialistas
Os casos preocupam moradores e turistas, mas o biólogo Alexandre Pires Marceniuk, especialista em peixes marinho-estuarinos, não vê motivo para pânico. Em entrevista ao G1, o biólogo afirmou que a espécie não ataca humanos e que, no momento do acidente, os animais provavelmente estavam mortos.

As regiões de Itanhaém onde os acidentes aconteceram são próximas e marcadas pelo encontro do rio com o mar.

O biólogo aconselhou os banhistas que frequentam as praias a ficarem atentos, já que os espinhos podem causar graves ferimentos. "É como se fosse um anzol. Ele entra fácil e é muito difícil de sair. Os ferrões causam uma infecção. Se alguém puxar o espinho vai ser pior ainda, porque pode causar uma dilaceração. Tem que ir ao médico de qualquer jeito", afirmou.

 
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