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Nininho defende CPI da JBS para investigar monopólio; grupo doou para Dilma e Aécio

Da Redação - Laíse Lucatelli

Revoltado com o monopólio que está sendo criado pelo grupo JBS no ramo frigorífico em Mato Grosso, o deputado estadual Ondanir Bortolini “Nininho” (PR) defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ao grupo empresarial. A sugestão foi feita durante reunião da CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal, nesta quinta-feira (4), que ouviu o diretor de tributos da JBS, Valdir Aparecido Boni. Apesar de não ser membro da CPI, ele compareceu à reunião para fazer suas críticas.

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Nervoso, Nininho usou adjetivos como “canalha” e “corrupto” para se referir ao grupo JBS. O deputado, que também é pecuarista, afirmou que a empresa comprou diversas plantas frigoríficas apenas para mantê-las fechadas e, assim, eliminar a concorrência, o que gerou muito desemprego no estado. Ele prometeu também apresentar uma moção de repúdio à JBS.

“Eu não quero me ater a fiscalizar somente a sonegação. Quero abrir uma CPI nesta Casa para investigar especificamente esse grupo. Quero saber qual é a mágica que esse grupo faz para comprar 22 plantas frigoríficas, fechar 12 plantas de alto valor e simplesmente alugar outras 6, para acabar a concorrência, criar um monopólio”, disparou Nininho.

“Essas plantas fechadas hoje deixam no mínimo 8 a 10 mil desempregados diretamente. E ainda temos muitos caminhoneiros que transportavam boi e viviam disso e estão inviabilizados Os produtores que antes tinham opção agora são obrigados a vender seu boi para um grupo corrupto desse, canalha, que pega R$ 5 bilhões da sociedade para vir aqui tirar o meio de sobrevivência de muitos produtores”, completou o deputado.  

Doações a Dilma e Aécio

Nininho criticou, ainda, o fato de o grupo JBS ter feito doações para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) e do seu principal adversário, Aecio Neves (PSDB), nas eleições de 2014. “O grupo JBS financiou grandes campanhas como da Dilma Roussef. Mas não contente, financiou do Aécio Neves. Se financiaram campanha de Dilma e Aécio é porque não queriam ficar sem o respaldo político para continuar agindo dessa forma em nosso país. É fácil bancar o jogo dos outros com dinheiro ganhado fácil. Esse grupo pegou mais de R$ 5 bilhões da população do nosso país”, afirmou.

O deputado disse ter consciência que já há muitas CPIs em andamento na Casa – quatro, uma a mais que o permitido pelo regimento interno – e que por isso precisa de trâmites mais burocráticos para criar a CPI da JBS. Por exemplo, em vez das assinaturas de um terço dos deputados, são necessários dois terços. Ele espera obter esse apoio.

Porém, na avaliação dos deputados Max Russi (PSB) e Zé do Pátio (SD), relator e presidente da CPI da Sonegação, respectivamente, não é o momento de abrir uma CPI especificamente para investigar a JBS, já que há muitas investigações em andamento. Ambos elogiaram a intervenção do colega, mas disseram que vão conversar com ele a respeito da proposta de uma nova CPI. 
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