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PT vai comemorar aniversário com festa e samba no Rio

Estadão

As investigações da Operação Lava Jato, que atingem importantes líderes do PT, e a fragilidade do governo da presidente Dilma Rousseff, não impediram o partido de comemorar com festa e samba o aniversário de 36 anos da legenda. Na noite de sábado, 27, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma, 3 mil petistas assistirão ao show do sambista Diogo Nogueira e da bateria da Portela, no Armazém da Utopia (zona portuária do Rio).

A festa acontece no momento em que a Lava Jato intensifica as investigações sobre o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado por Lula e sua família. O Ministério Público e a Polícia Federal apuram por que empreiteiras como Odebrecht e OAS, que têm contratos com a União, fizeram obras na propriedade. O tom da comemoração petista será de defesa e apoio a Lula e denúncia do que os petistas consideram perseguição a seu maior líder.

Por volta das 19 horas, os militantes e dirigentes partidários ouvirão o discurso de Lula. Dilma, que enfrenta forte resistência da base petista a propostas como a reforma da previdência, fará uma saudação ao partido e à militância. Em seguida, haverá parabéns com bolo e a apresentação dos artistas. “É como se fosse um showmício. Como não estamos em período eleitoral, não há nenhum impedimento. Estamos sofrendo uma política de cerco e temos que estimular nosso pessoal a não se abater com o denuncismo”, diz o vice-presidente do partido e secretário de Comunicação, Alberto Cantalice.

O desagravo a Lula começará na véspera da festa, em reunião do Diretório Nacional, que acontecerá em um hotel do centro do Rio. Os dirigentes deverão registrar em documento o repúdio ao que apontam como ataques ao partido e ao presidente que promoveu distribuição de renda e redução da pobreza. “Lula é uma instituição brasileira, o que se está fazendo com ele é uma vergonha para o Brasil”, afirma o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá.

O futuro do senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso pela Lava Jato em dezembro de 2015 e solto na semana passada, também será discutido no Diretório Nacional. O senador, suspeito de dificultar as investigações, foi suspenso por 60 dias pela Executiva Nacional.

Os dirigentes petistas não informaram quanto custará a comemoração pelo aniversário do partido. A assessoria de Diogo Nogueira não informou o cachê cobrado pelo cantor. Disse que será “um show como outro qualquer, de conteúdo profissional” e que Diogo não tem vínculo com o PT. O portal Rio Transparente, da prefeitura, informa que, no carnaval do ano passado, foram pagos R$ 95 mil para o show do sambista e sua banda no Terreirão do Samba.

Embora o PT tenha rompido com o PMDB no Estado do Rio, na eleição de 2014, o governador peemedebista Luiz Fernando Pezão foi convidado para a festa. Ainda não confirmou presença, mas certamente receberá a presidente Dilma na base aérea, no início da noite de sábado.
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