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Com doença rara e descoberta de tumor, Serginho teme abandono de amigos: “Me senti sozinho e rejeitado”; Ouça

Da Redação - Wesley Santiago

O menino que sonha em ser jornalista passa por mais um momento de turbulência na sua vida. Sérgio Luiz Ferreira da Silva, mais conhecido como Serginho, revelou ao Olhar Direto que descobriu um tumor na sua perna. Oito meses depois de ser entrevistado pela reportagem e outros meios de comunicação, o garoto de 18 anos relata que se sentiu abandonado, já que as pessoas sumiram “Nem um oi me mandaram”. Por fim, ele suplica pelo apoio dos amigos: “Me ajudem a levantar para eu ser alguém na vida”.
 
Descoberta de tumor
 
“Ainda não sabemos se o tumor é benigno ou maligno. Por enquanto, estou passando uma pomada até que eu retorne para São Paulo (SP). Talvez vou ter que fazer radioterapia. Vamos ver o que vai dar, ela não pode ser feita aqui porque eles não têm como fazer. Estamos aguardando um remédio que está sendo feito em São Paulo, para que nos enviem e eu possa tomar”, explicou o garoto.
 
A mãe de Serginho passou por problemas de saúde e o pai dele foi quem tomou as rédeas nos cuidados dele e das sobrinhas: “Quem está cuidando de mim até hoje é meu pai. Ele sempre ajudou a minha mãe quando ela estava doente ou tinha que sair para algum lugar. Mas nesse tempo que ela adoeceu, ele teve que até sair do emprego e parar de trabalhar para cuidar de mim e minhas sobrinhas, já que minha irmã faleceu e deixou com a gente. Minha mãe voltou a melhorar, mas quase perdi minha mãe”.
 
Sumiço de amigos
 
O sumiço dos amigos que apareceram quando a história do garoto foi contada pela primeira vez, incomodou Serginho, que se sentiu abandonado: “Eu me senti meio sozinho e rejeitado. As pessoas acham que ajudando uma vez eu não vou precisar mais. O que importa não é tanto a ajuda, mas sim a amizade. Desde quando eu sai da mídia, ninguém me mandou mais um oi. Foram só três ou quatro pessoas que fizeram isso. De lá pra cá, não houve mais ajuda. Não ouvi nenhuma palavra de conforto pra saber se eu estava bem ou não. Isso me magoou muito”.


 
Ajuda
 
O garoto, que continua com o sonho de conhecer William Bonner, voltou a pedir ajuda. Ele precisa de pomadas (Eurofix), alimentação e ajuda com os custos das viagens para São Paulo: “Algumas pessoas disseram que iam doar, mas isso não aconteceu. Quem quiser ajudar, para mim será muito bom. Estamos sem dinheiro para viajar e temos que voltar para lá agora, no dia 28. Quem trouxer alimentação será muito bem vindo”, disse o menino.
 
“Peço que continuem colaborando comigo, que possam me ajudar a levantar pra ser alguém na vida. Eu serei eternamente grato. Mesmo que as pessoas não possam ajudar, só quero que me mandem um oi, para saber como eu estou”, finalizou o garoto. Quem puder ajudar o garoto, pode entrar em contato através dos seguintes telefones: (65) 9962-7824 ou (65) 9299-2101.



Sonho


 
Doença rara
 
A epidermólise bolhosa é um doença rara de pele, de caráter genético e hereditário. A principal característica da forma congênita é o aparecimento de bolhas, especialmente nas áreas de maior atrito, e nas mucosas. As lesões profundas podem produzir cicatrizes semelhantes às das queimaduras.
 
“Eu fui conhecendo a doença através do tempo, lendo e estudando. O nosso Estado mesmo é muito leigo neste assunto, não tem muitos profissionais capacitados para lidar com a doença. E é isso, cuidado, dedicação, amor, carinho e ajuda das pessoas. É um tratamento caro, se for colocar na ponta da caneta, gastamos quase R$ 15 mil por mês”, revela a mãe de Serginho, Rita da Silva.
 
De quatro em quatro meses, a família tem de ir para São Paulo, onde o garoto faz tratamento. “Até 2010 ele não comia nada, conseguimos uma cirurgia lá e resolvemos este problema. As passagens são via TFD (Tratamento Fora de Domicílio). Eles oferecem uma pequena ajuda de custo, só que isso não é no ato da ida, chega demorar 120 dias para reembolsarem. Também gastamos com hospedagem, tem um abrigo lá, mas ele pegou trauma depois de uma criança machucar ele”, acrescentou a mãe de Serginho.
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