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Sem conclusão, medidas para reduzir transtorno causado por obras do VLT causam riscos a quem dirige pela Prainha

Da Redação - André Garcia Santana

Após mais de quatro anos de intervenções para instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), os comerciantes das imediações da Avenida Prainha, em Cuiabá, amargam os problemas causados pela obra inacabada. Além da queda nas vendas e do transtorno no trânsito, eles temem agora que as medidas paliativas tomadas para amenizar a situação, aumentem o índice de acidentes no local. A preocupação decorre da retirada de blocos de proteção para o alargamento da via, em alguns trechos, medida que a deixa sem delimitação entre os dois sentidos, possibilitando a invasão de motoristas em ambos os lados e a realização de contornos irregulares.

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Há 18 anos na localidade, o proprietário da Visalcar, Fábio Oliveira, calcula uma queda de 40% no número de clientes ao longo deste período. A explicação é de que os compradores de bairros distantes do Centro evitariam transitar pelo bairro, por conta do caos resultante das obras. “As pessoas acabam pagando para não vir ao Centro, principalmente em horário de pico. Muitos comerciantes da região não agüentaram e fecharam as portas. Agora, com essa pequena melhora no fluxo, já houve aumento de fregueses. O problema agora é o risco de acidentes, porque os motoristas estão invadindo o lado contrário."

Embora já tenha sido entregue pela Prefeitura da Capital, o projeto para a Prainha ainda não foi finalizado. O investimento prevê a recriação de mais uma faixa de rolamento no sentido bairro – centro, com objetivo de corrigir o ‘estrangulamento’ do tráfego, melhorando o fluxo na região, que concentra uma escola de grande porte, uma igreja, unidades de saúde, bancos e comércio. O movimento também é intensificado por esta ser uma das principais ligações entre a Capital e Várzea Grande.

Eliane Souza é gerente da Colchões Ortobom, em frente ao espaço, e explica que até o momento, os únicos benefícios notados foram a redução no acúmulo de lixo em frente ao estabelecimento, e a melhora na paisagem urbana, já que, como a obra foi entregue recentemente, ainda não é possível medir impactos no clientela. “Pelo menos a vista ficou melhor, e não fica mais aquela sujeira que a chuva trazia do canteiro para a porta. Mas ficou perigoso porque os carros não respeitam e querem contornar no lugar onde tinha bloqueia. Presenciamos muitas situações em que, por pouco, não se acidentaram .

Procurada, a Prefeitura não informou uma data para a finalização do trabalho, mas divulgou recentemente que as alterações melhorariam a segurança do trânsito, com a implantação de meio fio, retirada e recuo dos artefatos de proteção, colocados ao longo da pista para impedir que veículos caiam nas valas abertas para as intervenções do VLT.

A expectativa do senhor Rubens Queiróz, que atua na região há 31 anos, é que o alargamento viabilize a restauração de um ponto de ônibus na praça em frente ao colégio. “Perdi mais 50% de clientes com a retirada do ponto. Já que não tem VLT, eles deveriam pelo menos corrigir isso. Não sou o único a reclamar aqui, pode perguntar pra qualquer comerciante.”

De acordo com a Secretaria de Comunicação do município, as obras estão sendo absorvidas pelos custos de manutenção da cidade. A prefeitura também já encaminhou à Secretaria das Cidades do Governo do Estado o projeto de requalificação de toda a Avenida Rubens de Mendonça, após um entendimento entre o prefeito Mauro Mendes e o governador Pedro Taques, no mês passado. Esta requalificação é uma medida paliativa, até que o Governo tenha condições de retomar e concluir as obras do VLT.
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