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Secretário ainda não sabe se VLT é viável e diz que estado poderia construir 18 mil casas com valor de subsídio

Da Redação - Laíse Lucatelli

O governo estadual ainda não sabe se o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá e Várzea Grande é viável ou não. Durante a apresentação do relatório da consultoria KPMG, na tarde desta quinta-feira (7), o secretário de Cidades, Eduardo Chiletto, destacou que muitos fatores têm que ser levados em consideração antes de definir se há ou não viabilidade no modal, mas o governo está fazendo sua parte ao apresentar um plano de ação para retomada das obras.

O plano tem como base o relatório da consultoria KPMG e será apresentado no processo que tramita na Justiça Federal, A proposta é pagar R$ 191 milhões a mais que o contrato original, assinado em 2012 pelo valor de R$ 1,477 bilhão. O consórcio vai avaliar a proposta e a partir daí iniciar as negociações para retomar as obras. 

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“Um plano de ação em cima de uma possível retomada de obras significa que algumas coisas têm que acontecer antes. Se é viável ou não é viável, algumas coisas precisam acontecer. Se tudo correr bem, haverá retomada de obras. Depende de algumas coisas, como fatores financeiros, e a necessidade de consertar as inconsistências das obras. O nosso governo não é irresponsável como o governo passado de não terminar obras, não deixar recursos nem orçamentos. Nós trabalhamos de forma correta e séria”, disse Chiletto.

O secretário informou também que o custo de operação do VLT não seria autossuficiente, pois custaria R$ 84,7 milhões por ano e as passagens cobririam apenas R$ 51,2 milhões, de modo que os outros R$ 37,5 milhões teriam que ser subsidiados pelo governo estadual. O secretário se mostrou contrariado com esse custo de operação, pois o valor seria suficiente para acabar com o déficit habitacional do estado em cerca de 29 anos, período de concessão projetado no relatório.

“Com esses R$ 37 milhões, poderíamos construir 630 casas ao ano com recursos próprios. São mais de 18 mil habitações que o governo deixa de fazer nesses 29 anos. Se considerarmos só a contrapartida em programas como o Minha Casa Minha Vida, em que o governo do estado entra com 10% do valor necessário, seriam 180 mil moradias. Acabaria o déficit habitacional de Mato Grosso. Eu, pessoalmente, prefiro investir em casas e rede de esgoto do que em um modal de transporte”, criticou Chiletto.

O secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo de Oliveira, destacou que além de gastar para concluir a obra, o estado continuará gastando com o VLT enquanto ele rodar. “Estamos tentando concluir a obra dentro desse contrato, em um acordo com o consórcio VLT Cuiabá. Mas o compromisso financeiro do Estado não acaba com a obra; ele dura por toda a concessão do VLT, pois teremos que subsidiar a operação para não repassar esse custo ao usuário”, afirmou.

Outro lado

A assessoria do Consórcio VLT Cuiabá informou que o consórcio aguarda a reunião com o governo na próxima semana, para debater o plano de ação de retomada das obras. O consórcio afirmou que está sempre disposto a retomar e concluir a obra do VLT. 
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