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Médicos decidem manter greve em Cuiabá; Mendes só negocia com volta ao trabalho

Da Redação - Ronaldo Pacheco

Numa queda-de-braço que parece ter fim, os médicos da rede pública de Cuiabá decidiram, em assembleia geral, manter a greve deflagrada no dia 7 de março e que se encontra no segundo mês. A assessoria do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT) divulgou que a assembléia geral deliberou, por unanimidade, por manter  a paralisação, que já  dura 37 dias, sem data para terminar.
 
Em mais de uma oportunidade, o prefeito Mauro Mendes (PSB) garantiu para a reportagem do Olhar Direto que a greve foi declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso e que só retoma as negociações quando todos retornarem ao trabalho.

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“Na esperança de que palavras soltas se transformassem em ações, os médicos de Cuiabá aguardavam até a noite desta terça-feira (12) o envio de uma proposta por escrito do Executivo Municipal. Mas isso não ocorreu”, diz trecho da nota do Sindimed, que enxerga irredutibilidade da Prefeitura que se nega negociar.
           
O diretor do Sindicato, Edinaldo Lemos, avalia que a capital vivencia um teatro midiático. “Eles querem parecer estarem abertos à negociação. Mas, se estivessem mesmo, teriam enviado alguma proposta por escrito até ontem (12). Ao menos evidenciaria a boa fé e vontade de colocar um fim no sofrimento da categoria e de toda população”, justificou Lemos.
           
Existe uma guerra de informação sobre a índice de adesão dos profissionais da medicina. O Sindimed assegura que a greve atinge 100% dos atendimentos ambulatoriais, enquanto urgência e emergência vêm sendo mantidos.
 
Todavia, o prefeito mauro Mendes assegurou que, dos 720 médicos da Secretaria Municipal de Saúde, apenas 82 estão em greve – com pontos cortados e sob risco de sofrer Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
 
O Sindimed pontuou que a paralisação dos profissionais da atenção básica tem começado a refletir na ponta. E cita que o diretor do Pronto Socorro de Várzea Grande teria registrado um aumento de cerca de 30% no número de pacientes desde o início da greve.

Em recente entrevista ao Olhar Direto, o prefeito Mauro Mendes, explicou "cortamos o ponto de 82 médicos que não trabalharam, no mês de março. Significa que 82 estão fazendo greve, no universo de 720, são apenas 11%. Dezenas de PAD foram abertos. Ninguém diz que é um dos motivos da greve”, afirmou ele, ao enxergar componente político eleitoral na paralisação. “Não queremos prejudicar ninguém. Se estiver certo, prova que está certo. Agora, se [o médico] estiver errado, não passamos a mão na cabeça de ninguém”, observou o chefe do Poder Executivo
 
Ele reafirmou na ocasião: "O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso representa profissionais em 141 municípios? Porque só ocorre greve em Cuiabá? Vejo teor político nisso aí. A presidente do Sindicato é filiada ao PT. Cogitada para ser candidata a vice. A greve é feita por um pequeno grupo de médicos. A grande maioria tem o meu respeito. São Profissionais de boa índole e trabalhadores”.
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