O Globo
A presidente Dilma Rousseff fará um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão nesta sexta-feira em defesa do seu mandato, conforme antecipou o Blog do Moreno. A petista falará ao público no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados realiza a primeira sessão para debate do processo do impeachment, aberta pontualmente às 8h55 pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dilma se reuniu pela manhã no Palácio da Alvorada com seus ministros mais próximos, entre eles Edinho Silva (Comunicação), para fechar o teor das palavras que dirigirá à nação às 20h. Ela resolveu que vale a pena enfrentar o desgaste dos panelaços para fazer um último apelo para os deputados.
A linha do discurso de Dilma será o da luta, do combate, da defesa intransigente do seu mandato e da democracia; da legitimidade do voto e da ilegitimidade dos conspiradores. Vai conclamar suas bases a permanecerem mobilizadas no combate aos que chama de golpistas. A ideia é não dar tréguas aos seus adversários, notadamente o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, embora, mais uma vez, não pretenda citar seus nomes diretamente.A presidente vai pedir ao deputados que façam uma reflexão sobre a responsabilidade que terão nas mãos e o que o impeachment vai representar para a história. A presidente pretende, com o chamamento, tentar influenciar aqueles que ainda estão indecisos.
No pronunciamento, Dilma também vai agradecer os 27 deputados que votaram contra o impeachment na comissão especial que analisou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
O recurso de ir à TV para defender o governo e tentar atenuar o racha no país já foi utilizado por Lula. No dia 23 de fevereiro, ele apareceu no programa do PT pedindo “grandeza” para superar divergências em nome do país.
A hora não é de defender as bandeiras que nos separam. É de reunir forças para fortalecer o Brasil — dizia o narrador na propaganda partidária na ocasião.
Dilma não aparece em pronunciamento na TV desde fevereiro. Mês passado, diferentemente do que aconteceu nos outros anos, a presidente não fez um pronunciamento no Dia da Mulher. Como em 2015 a fala foi o alvo do primeiro panelaço contra o seu mandato, neste ano, a presidente preferiu utilizar as redes sociais para parabenizar as mulheres, além de uma rápida fala na assinatura da portaria interministerial no palácio do Planalto.
Programa do PT exibido no final de fevereiro provocou o bater de panelas em pelo menos 14 capitais do país. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife (PE), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB) e Goiânia (GO) foram alguns deles.
A presidente achou que tinha que falar, apesar das grandes chances de enfrentar panelaços. O ex-presidente Lula, que também divulgou uma espécie de pronunciamento de defesa do governo nas redes sociais, foi um dos que convenceram Dilma de que ela tinha que "fazer a parte dela" e se manifestar antes da votação.
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