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Cardozo admite que pode entrar com novas ações em defesa do governo no Supremo

IG

Em entrevista coletiva após a apresentação dos argumentos de defesa da presidente no plenário da Câmara, o ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, admitiu que o governo pode apresentar novas ações ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a condução do processo de impeachment. Um dos pontos é o discurso do jurista Miguel Reale Júnior, que o antecedeu na tribuna e falou sobre Operação Lava Jato e contas de 2014.

O argumento da defesa de Dilma é que, apesar de o STF ter negado as liminares apresentadas pela defesa na sessão extraordinária, a Corte reforçou que os objetos da denúncia estão limitados aos seis decretos suplementares e aos pagamentos relativos ao Plano Safra, que foram classificados como pedaladas fiscais. 

Outra questão levantada por Cardozo se refere aos requerimentos que ele apresentou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante a fala em plenário. Em seu discurso, o advogado-geral da União pediu que deputado oriente os parlamentares sobre os objetos da denúncia.

Com isso, ele pretende evitar acusações que não estão incluídas no pedido de impeachment ganhem espaço na votação de domingo (17) e acabem induzindo o resultado, sem que a defesa esteja preparada para contra-argumentar. Cardozo também pediu que a defesa tenha mais uma oportunidade de se manifestar – requerimento que Cunha já havia negado anteriormente. [Plenário da Câmara dos deputados discute o processo de impeachment, que será votado domingo.

Reale Júnior também se manifestou depois de deixar o plenário e voltou a defender que houve crime de responsabilidade por parte do governo Dilma. "O Brasil entrou no cheque especial, ficou na lona. Começou o processo inflacionário e o brasileiro tem perda de seu salário. Isto é consequência das pedaladas fiscais", afirmou. O jurista ainda disse que o governo "não tem mais cartas na manga" e lembrou que o julgamento do processo está agora nas mãos dos deputados "que estão sensíveis à população".

Depois do momento das exposições de 25 minutos desta sexta-feira (15), com os argumentos de cada um dos lados, os partidos estão se revezam, com direito a uma hora de manifestação, podendo dividir o tempo entre até cinco parlamentares.

A sessão deve se estender pela madrugada deste sábado (16). Depois dos 25 partidos, deputados que se inscreveram individualmente falarão por três minutos, em sessão marcada para ter início às 11h.
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