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Primeiro-ministro britânico defende maior regulação de paraísos fiscais

EFE

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, defendeu nesta sexta-feira a regulação dos paraísos fiscais e acabar com a "cultura dos bônus bancários a curto prazo" como medidas para combater e reverter a atual situação de recessão global.

Em discurso perante membros do Partido Trabalhista em Dundee, na Escócia, Brown também pediu que seja concedida ajuda aos países que, por si próprios, não conseguem reestruturar seus sistemas bancários. 

Além disso, destacou a necessidade de que seja estabelecido um marco global que permita supervisionar o sistema financeiro em seu conjunto, e não só entidades concretas.

Estas propostas serão as principais linhas de trabalho que Brown apresentará aos líderes do G20 (grupo que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) em sua condição de anfitrião da cúpula, que será realizada em 2 de abril em Londres.

As propostas finais, disse Brown, serão fruto das conversas que mantiver nas próximas semanas com "nossos amigos e aliados" da América, da Europa e do resto do mundo.

"Acho que está emergindo um consenso sobre a maneira na qual temos que fortalecer a regulação global de nossos mercados financeiros para evitar qualquer repetição do colapso que causou tanto prejuízo às economias do mundo", declarou.

O premiê destacou que "já existe um acordo segundo o qual não podemos enfrentar o problema pensando no mínimo denominador comum, porque precisamos de altos padrões de confiança bancária."

Brown afirmou ainda que existe um consenso pelo qual, "quando os fluxos de capital são globais, não podemos ter apenas uma supervisão nacional; precisamos de uma supervisão global."

Para conter a crise, o governo britânico defende que é necessária uma reforma dos organismos financeiros internacionais que permita supervisionar não só os bancos, mas também o funcionamento e gestão dos mercados financeiros internacionais.

"O que ficou fora do âmbito de qualquer regulador nacional foi que o fracasso de um só banco agiu como um curto-circuito no sistema em geral", explicou Brown.

A fórmula para evitar isso, segundo o primeiro-ministro, "é manter os benefícios que os mercados financeiros internacionais abertos representam para a economia mundial, reforçando uma regulação dos mercados financeiros internacionais", ressaltou o líder trabalhista.

Em um tom mais populista e em um momento em que seus índices de aprovação entre os eleitores são preocupantes para o Partido Trabalhista, faltando pouco mais de um ano das eleições, Brown disse estar indignado com que os erros de bancos tenham sido um duro golpe para centenas de milhares de trabalhadores.
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