O contrato da empresa Consignum Programa de Gerenciamento e Controle de Margem LTDA deve ser encerrado no próximo dia 9 de maio. Foco de investigação pela Polícia Civil, a empresa que pagou quase R$ 24 milhões em propinas durante a gestão Silval Barbosa, conseguiu decisão liminar para barrar o certame promovido pela Secretaria de Gestão de Mato Grosso visando a contratação de nova empresa para prestação de serviços.
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Apesar da medida em caráter provisório e ainda aguardar-se decisão sobre o mérito, a assessoria da Seges garantiu que medidas são avaliadas e opções estudadas para garantir o rompimento do contrato, que foi prorrogado na gestão Silval (no final de 2014) por mais dois anos.
No início do mês de abril, o juiz Agamenon Alcântara Junior determinou a suspensão da licitação para contratação de empresa que gerenciará a margem de empréstimos consignados. No pedido, a considerou que o novo edital dá peso “insignificante” ao critério preço na licitação.
A Consignum atuava desde o ano de 2008 na gestão de avaliação, mas sem ônus ao governo do Estado. No entanto, o lucro se dá mediante o pagamento de um percentual de cada empréstimo realizado dentro de um universo de 80 mil pessoas – servidores ativos, inativos e pensionistas, de acordo com a Secretaria de Gestão.
Sodoma 2
O nome da empresa Consignum ganhou destaque com a prisão do proprietário Willian Paulo Mischur em fevereiro de 2016. Ele foi um dos presos preventivamente na segunda fase da Operação Sodoma, que levou para cadeia ainda o ex-secretário de Estado, César Zilio. Os crimes apurados são de lavagem de dinheiro e corrupção.
No total, três mandados de buscas foram cumpridos durante a operação – um na empresa Consignum e dois em residências, uma localizada em um edifício no bairro Santa Rosa, e outro em uma casa no condomínio Naútico Portal das Águas, no Manso. Na casa do empresário os policiais apreenderam cerca de R$ 1 milhão em espécie.
A investigação da Polícia Civil aponta que pelo menos quatro empresas que mantinham contratos com o governo na gestão Silval Barbosa para possibilitar um esquema de lavagem de dinheiro que teria 'rendido' pelo menos R$ 13,3 milhões. No total, 43 cheques emitidos pelas empresas foram identificados pela Polícia Civil para o esquema. A operação levou a prisão o dono da empresa Cosignum, William Paulo Mischur, os ex-secretários da gestão Silval Barbosa, Pedro Nadaf, César Zílio e Marcel de Cursi, além da ex-assessora de Nadaf, Karla Cecília, que já foi liberada. A Polícia Civil solicitou novo decreto de nova prisão a Silval, por 'coordenar' supostamente o esquema, mas o pedido foi negado pela Justiça.