Imprimir

Notícias / Cidades

Coordenador do Gaeco promete ir "até o fim para chegar a cadeia do comando" em fraudes na Seduc

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Marco Aurélio de Castro, garante que novas provas serão levadas à justiça nas próximas horas e afirma que investigará "até o fim" a cadeia de comando com a "Operação Rêmora", deflagrada na manhã de terça-feira (03). A operação já levou quatro pessoas à prisão, entre elas, agentes públicos e um empresário, envolvidos em um esquema de direcionamento de processos licitatórios na Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT). 

Leia mais:
Empresários envolvidos no esquema da Seduc reclamaram de valor de propina e ganharam “desconto”; veja vídeo


Até este momento, dos 39 mandados, 30 já foram cumpridos, sendo três mandados de prisão preventiva, 08 conduções coercitivas e 19 mandados de busca e apreensão. Das nove restantes, destaca-se a preventiva do servidor da Secretaria de Estado de Educação, Wander Luiz dos Reis, que segue foragido.  

Sobre a conclusão das atividades do grupo nesta terça-feira (03), o coordenador do Gaeco, Marco Aurélio de Castro, avalia. "Hoje foi um dia de muito trabalho e união de todo o Grupo no sentido de esclarecimento dos fatos, punição dos responsáveis e expurgação da corrupção que atinge novamente cidadãos de bem deste Estado. Continuaremos até o fim desta investigação para que possamos chegar a cadeia do comando criminoso e respectiva apuração criminal”.

Os depoimentos colhidos e todo material apreendido irão embasar a denúncia criminal que será oferecida nos próximos dias em relação à primeira fase da operação. O Gaeco dispõe também de provas obtidas por meio de interceptações telefônicas e gravações que comprovam as fraudes cometidas.

De acordo com o Gaeco, de todos os conduzidos coercitivamente, dois foram presos por porte ilegal de armas de fogo, sendo eles, Moisés Feltrin e Joel de Barros Fagundes Filho. Ambos  devem participar de audiência de custódia no prazo de 24 horas. Os demais já foram liberados.

Operação Rêmora

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), a organização criminosa era composta pelo núcleo de agentes públicos, o núcleo de operação e o núcleo de empresários. O primeiro formado pelos servidores Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva que estariam encarregados de viabilizar as fraudes nas licitações da Seduc mediante recebimento de propina. 

Integrava o núcleo de operação Giovanni Bellato Guizzardi, Luiz Fernando da Costa Rondon e Leonardo Guimarães Rodrigues. São eles os mandatários dos servidores públicos e os encarregados de fazer os contatos diretos com os empresários que faziam parte do terceiro núcleo. 

Entre os empresários do ramo da construção civil envolvidos no esquema destaca-se o ex-deputado estadual e governador de Mato Grosso, Moisés Feltrin que foi detido durante a Operação Rêmora. Feltrin é empresário do setor de construção e por determinação judicial seria conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos, mas como em sua casa foram encontradas armas de fogo, o mesmo foi detido em flagrante.

No total, o núcleo de empresários possui 23 empresários e pelo o menos 20 obras foram fraudadas durante a ação do cartel. O esquema de propina envolvia pagamentos de percentuais em obras que variavam entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões.
Imprimir