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Na tentativa de manter negociações com Prefeitura, médicos mantém greve suspensa

Da Redação - André Garcia Santana

Diante das negociações com a Prefeitura de Cuiabá, os médicos que atuam na rede pública decidiram em assembleia geral pela manutenção da suspensão do movimento grevista, encerrado há cerca de um mês. Para a decisão, foi considerado que existem duas reuniões agendadas com representantes do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT) para os próximos dias 01 e 08 de junho. No período também foram realizados dois encontros entre Prefeitura e Sindicato, sendo o primeiro foi no último dia 17 e o segundo no dia 23.

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“O avanço ainda foi pequeno. Um exemplo disso é a Revisão Geral Anual (RGA) deste ano, que estava garantida. O prefeito Mauro Mendes decidiu voltar atrás e afirma agora que irá pagar somente 5% para todas as categorias. Sobretudo, é preciso lembrar que a categoria não recebe este direito desde 2011”, considerou a presidente do Sindimed-MT, Eliana Siqueira.

Outro ponto que vem sendo discutido é a progressão de carreira. O Município garantiu que será feito um levantamento dos profissionais que, por lei, devem passar por enquadramento para progressão de carreira. Os pagamentos devem retroagir, levando em consideração a data em que a alteração deveria ter ocorrido. Também ficou estabelecido que será publicada uma portaria, ainda nesta semana, prevendo a elevação de nível.

No encontro ficou estabelecido ainda que a administração deverá pagar retroativamente, no próximo dia 20, os 14% referentes ao adicional noturno, gratificações de fim de semana e dias de semana. Além disso, o Município quer retomar o pagamento dos 14% referentes ao Prêmio Saúde em duas vezes, sendo metade em junho e a outra metade em agosto.

De acordo com Eliana, a convocação de 170 médicos aprovados no último concurso também integra a pauta de reivindicações. Até o momento, a Prefeitura teria convocado 120 profissionais, não sabendo afirmar se todos já tomaram posse. “O quantitativo de plantonistas é outro questionamento que fazemos, pois o número é insuficiente para atender a população. Existe uma portaria ministerial que prevê a contratação de seis plantonistas no período da manhã e três à noite na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Morada do Ouro. infelizmente esta não é uma realidade”.

O problema das internações nas policlínicas, visto que são unidades destinadas apenas à estabilização do paciente também foi lembrado pela presidente, que alega a necessidade de que o doente seja transferido depois de atendido a um hospital. “Esta gestão está preocupada apenas em destinar o dinheiro da saúde para as empreiteiras. Afinal, construir prédios é uma especialidade da Prefeitura. Mas equipar e fornecer os insumos básicos como equipamentos para a realização de exames, medicamentos, agulhas, luvas e máscaras, infelizmente não é prioridade”, pontuou.

O Sindimed informou que, em relação à trocas de plantão, a minuta apresentada pela gestão na última reunião gerou discordância. Exemplo disso é a limitação do número de alterações de datas e horários com colegas de trabalho. “Queremos que seja instalado relógio de ponto nas unidades com fornecimento de contraprovas. No entanto, fomos informados que não há como licitar a compra desses aparelhos no momento. Além disso, ficou acordado que serão definidos diretores técnicos para cada unidade, necessariamente um médico, que ficará responsável por cuidar das trocas”.
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