Contrariando decisão judicial, os peritos oficiais criminais de Mato Grosso continuam mobilizados no Estado para cobrar o pagamento integral do Reajuste Geral Anual (RGA), de 11,28%, ainda em 2016. Hoje, os trabalhadores da Polícia Técnica Científica (Politec) realizam atos de protestos na avenida Gonçalo Antunes de Barros, região do Carumbé, em Cuiabá, contra o não pagamento e fechamento, por parte do governo, das negociações referentes a Revisão Geral Anual (RGA). A multa estipulada pelo judiciário, por dia, em caso de descumprimento é de R$ 100 mil.
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“O governo considera que o canal de negociação foi fechado, mas nós acreditamos que ainda é possível dialogar” afirma o perito João Anache.
De acordo com o Sindicato dos Peritos, a categoria ainda não foi notificada sobre nenhuma ilegalidade da greve. O sindicato informa, ainda, que 30% do efetivo realiza as atividades de trabalho normalmente.
Em Mato Grosso, os escrivães da Polícia Civil também deliberaram por continuidade na paralisação, conforme decisão em assembleia realizada na tarde de terça-feira, 7. Serão mantidos apenas os serviços de 30% do efetivo para desenvolver atividades essenciais. Citam ainda que os casos de flagrantes e oitivas serão lavrados com a presença e presidência dos delegados.
Sem um acordo quanto ao pagamento das perdas de inflação, 30 categorias de servidores públicos, ligadas ao Fórum Sindical, entraram em greve geral. Por conta da medida, o Executivo recorreu ao judiciário e, na última sexta-feira (3), o desembargador Alberto Ferreira de Souza, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, deferiu pedido de liminar do Governo do Estado para que os servidores das áreas de segurança e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) retornem ao trabalho, deixando o estado de greve.
Em caso de descumprimento da decisão, o magistrado determinou a aplicação de multa diária de R$ 100 mil. Com a medida, os delegados da Polícia Civil retomaram as atividades e os investigadores realizam na quinta-feira, 9, a partir das 14h, assembleia para deliberar sobre as ações a serem executadas.
No último dia 4, o Governo do Estado anunciou que não haverá nenhuma nova proposta para os servidores públicos diferente do pagamenro de 6% em três parcelas. Segundo o Governo do Estado, no atual cenário, não há viabilidade financeira para quitação integral do RGA, sob pena de atraso salarial. Ainda conforme dados divulgados pelo Estado, a arrecadação necessita crescer R$ 570 milhões para que a integralidade do indíce seja paga.