Imprimir

Notícias / Política MT

Após tiroteio, Taborelli vai conversar com PMs e delegados sobre trazer Força Nacional a Cuiabá

Da Redação - Laíse Lucatelli

Após trocar tiros com criminosos na noite da última terça-feira (5), o deputado estadual Pery Taborelli (PSC) começa a avaliar a possibilidade de defender a vinda da Força Nacional de Segurança para fazer policiamento ostensivo em Cuiabá e Várzea Grande. A proposta do deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) conta até mesmo com abaixo-assinado virtual, mas encontra resistência no próprio governador Pedro Taques (PSDB), que tem que ser o autor do pedido para firmar convênio com o Governo Federal e receber as tropas.

Leia mais:
Taborelli quer proteção especial da Sesp e reafirma na tribuna da AL ser defensor do armamento
 
“Até então, eu relutava em pedir junto com meu colega Emanuel Pinheiro a Força Nacional. Mas é um fato que vou passar a discutir mais, pensar mais, vou discutir com os coronéis, delegados de polícia, agentes, e policiais para sentir neles a necessidade”, disse Taborelli, que é coronel reformado da Polícia Militar, à imprensa, nesta quarta-feira (6).

“Mas eu não vejo nenhuma desonra para o Estado um aporte de força federal. Muitas vezes levam por esse lado e não é essa a tônica. A sobreforça que vem da União com a Força Nacional eu entendo como um ato comum para trazer estado de ordem. A Força Nacional é uma sobreforça, torna mais eficaz e poderia colocar em prática um número maior de prisões”, completou.

Após o ataque a Taborelli, Pinheiro voltou a defender a vinda das tropas nacionais. “Esse caso está tendo grande repercussão porque é um deputado estadual, uma autoridade. Milhares de pais de família vivem isso no cotidiano. É evidente que a bandidagem perdeu o medo da polícia. Algo precisa ser feito. Temos que nos unir para decretar a tolerância zero. Não podemos tratar esse caso diferente porque se trata de um deputado, mas podemos aproveitar para dizer: se isso acontece com um deputado, imagina com o cidadão comum. Vou continuar tentando convencer o governador a trazer a Força Nacional”, disse.

O ex-vice-líder do governo, Leonardo Albuquerque (PSD), acredita que, se o governador vir necessidade em pedir ajuda nacional, isso certamente será feito. “É preciso ter coragem de chamar a Força Nacional se for necessário e, nesse caso, serei o primeiro a subir na tribuna para pedir”, disse.

Contrários

Alguns deputados, por outro lado, são contra a proposta. “Toda vez que acontece um ato de violência o deputado Emanuel Pinheiro quer trazer a Força Nacional. Essas tropas atuam em casos específicos, como invasões. Nesse caso, não tem razão para trazer a Força Nacional. Emanuel Pinheiro quer se autovalorizar pedindo isso toda vez”, avaliou Dilmar Dal’Bosco (DEM).

“O deputado tem batido nessa tecla da Força Nacional. Eu não sou especialista no assunto, mas conversei com o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, e ele me convenceu que não havia necessidade disso”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB).

O líder do governo na Assembleia, Wilson Santos (PSDB), também é contra a ideia. “O deputado Emanuel Pinheiro precisa, primeiro, conhecer as prerrogativas da Força Nacional. Agora eles estão fazendo a segurança das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Talvez devêssemos cancelar as Olimpíadas para trazer a Força Nacional para cá”, ironizou o tucano.

Força Nacional

A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) foi criada pelo governo federal em agosto de 2004, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de auxiliar na manutenção da ordem pública em qualquer parte do território nacional. Cerca de 10 mil homens, entre policiais militares e bombeiros de vários estados, inclusive Mato Grosso, já foram capacitados a participar da força. Em geral, a FNSP atua em situações emergenciais.

O ataque ao parlamentar e outras cinco pessoas (sendo dois filhos e a nora do deputado) foi registrado por volta das 21h, no bairro Jardim das Américas em Cuiabá. Taborelli percebeu a aproximação dos criminosos e atirou contra os mesmos, que revidaram.  Um dos ladrões, um rapaz de 18 anos, foi baleado no quadril  e permanece internado no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande. Uma operação conjunta resultou na prisão de quatro suspeitos da ação criminosa. De acordo com a Polícia Militar, os criminosos confessaram a tentativa de roubo.
Imprimir