É provável que a presidência da Câmara de Cuiabá consuma tanto o tempo de quem a exerce que raramente consegue dirigir as sessões ordinárias, nas manhãs das terças e das quintas-feiras. Era assim com o presidente anterior, vereador Júlio Pinheiro (PTB), falecido em junho, quando o vice-presidente sempre era o responsável por conduzir a maioria das sessões. E tem sido assim com Haroldo da Açofer Kuzai (SD), onde o vice-presidente Faissal Calil é quem comanda as sessões ordinárias. A questão central, por certo, é o excesso de poder concentrado na figura do presidente da Câmara de Cuiabá, responsável pela gestão administrativa e de pessoal, representação oficial,  ordenamento de despesa e definição da pauta, entre outras atribuições. Nem Saddam Houssein no antigo Iraque – antes de 11 de setembro – concentrava tanto poder. Talvez tenha passado da hora de os nobres parlamentares promoverem uma reforma geral no Regimento Interno, com prioridade para a descentralização do poder.