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Após morte de criança em Cuiabá, Anvisa proíbe comércio de achocolatado em todo o país; Itambé contesta

Da Redação - Wesley Santiago

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição cautelar de um lote do achocolatado Itambezinho. Com isto, esta proibida – durante 90 dias – a venda do produto (deste mesmo lote) em todo o país. Também foi exigido o recolhimento da bebida. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), que circula nesta segunda-feira (29). Em nota, a marca ressaltou que testes preliminares foram feitos e não apontaram qualquer irregularidade.

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A medida foi tomada após a morte de uma criança de dois anos na quinta-feira (25). A mãe relatou que a vítima teria ingerido a bebida e morreu uma hora depois. Em entrevista ao Olhar Direto, nesta segunda-feira, D.C.S, 28 anos, disse que “Além de viver com a dor de perder meu filho, tenho que conviver com boatos de que eu sou usuária de drogas, de que eu o matei, de que meu marido usa crack. É cruel. No outro dia cedo, depois do enterro, a TV estava batendo na minha porta querendo que eu gravasse. Respeitem minha dor”.
 
Conforme a Anvisa, os produtos que pertencem ao lote MA: 21:18 devem ser recolhidos dos estabelecimentos comerciais pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais. Depois, o produto deverá passar por análise em laboratórios. A resolução (nº 2.333) foi assinada na sexta-feira (26), um após a morte.
 
A publicação especifica que a bebida interditada cautelarmente foi fabricada no dia 25 de maio e tem validade até 21 de novembro de 2016. O lote ficará suspenso até que um laudo aponte o motivo da morte da criança. O exame deve sair somente em 30 dias.
 
O lote já havia sido interditado pela Vigilância Sanitária do Estado de Mato Grosso. Abalada, D.C.S, que também é mãe de uma garota de três anos, contou ao Olhar Direto que prefere não ser leviana e acusar a marca, uma vez que os filhos já haviam consumido o produto outras vezes e nenhum efeito atípico foi observado. No entanto, ressaltou que buscará descobrir a verdade, em justiça ao filho. “Se foi culpa da marca ou não, quem perdeu foi meu filho, que era um anjinho na Terra. Ainda não temos como saber, por isso prefiro não falar sobre isso agora. Vamos aguardar o resultado do laudo e esperar por justiça.”
 
O lote retirado de circulação foi levado para o Laboratório Forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para análise, além de exames com amostras colhidas da criança em exame de necropsia.
 
Testes deram negativo
 
Em nota, a empresa afirmou que "que já realizou análises laboratoriais internas do lote de produção mencionado na notificação, não identificando qualquer problema em sua composição. Em paralelo, outras análises estão sendo feitas em laboratórios externos e no LANAGRO – Laboratório Nacional Agropecuário – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos laudos serão disponibilizados no decorrer desta semana".

Além disto, "diferentemente do divulgado nas redes sociais, não houve qualquer notificação de outros casos similares relativos ao produto em questão, além do mencionado acima em Cuiabá, Mato Grosso". 

Por fim, a empresa informa que "o achocolatado Itambezinho está no mercado há mais de uma década, e nunca apresentou qualquer problema correlato. A empresa reitera seu compromisso com a qualidade de seus produtos e continua trabalhando com os órgãos oficiais  para que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível".

O caso
 
O caso chamou atenção na última semana, após o lote da bebida, da marca Itambé, ter sido interditado pela Vigilância Sanitária do Estado de Mato Grosso. Depois do anúncio da morte, que aconteceu na Policlínica da capital, a mãe, D.C.S., 28, informou que tinha comprado cinco caixas do achocolatado de um vizinho. Ela relatou que também passou mal, assim como um tio da criança.
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