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Notícias / Cidades

Jovem que ficou 20 dias detida nos EUA chega a São Paulo

Do G1 São Paulo

A estudante Anna Stéfane Radeck, de 16 anos, que ficou detida nos Estados Unidos por mais de 20 dias, desembarcou no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (2).

Stéfane chegou por volta das 4h acompanhada da mãe. Ela estava abatida, com um capuz tampando parte do rosto. A jovem abraçou o pai, o irmão, mas não quis falar com a imprensa.

A mãe, Liliane Carvalho, conversou com os jornalistas e afirmou que o local onde a filha ficou parecia uma "casa de detenção".

"Ela disse que não podia falar porque eles ouviam as ligações, então ela não podia falar a verdade. Então ela contou que não é um lugar legal, que ela foi maltratada, que falta comida, falta higiene, precária a situação. É uma casa de detenção", disse.

Para a mãe, a adolescente foi detida porque era menor de idade e estava desacompanhada. Ainda segundo Liliane, na audiência em que a Justiça norte-americana autorizou a adolescente a voltar para casa, a juíza se desculpou e disse que o país está de portas abertas para a família.

"Eu não confio nisso. Porque eles falam uma coisa, mas o tratamento lá é totalmente diferente. A gente desacreditou nessas informações", afirmou o pai de Stéfane, Sérgio Ferreira.

Segundo os pais, a garota foi obrigada a tomar dez vacinas e a bagagem dela foi higienizada. Os pais de Stéfane também reclamaram da falta de apoio da embaixada brasileira. "Eles falavam a todo momento que eles não poderiam fazer nada", afirmou a mãe.

O Bom Dia São Paulo tentou contato com a embaixada brasileira, mas, por causa do horário, não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

O caso
A jovem viajou para os EUA no dia 10 de agosto. Ela tinha ido para os Estados Unidos morar com uma tia e estava pensando em fazer um curso. Stéfane foi barrada pela imigração em Orlando e levada para um abrigo para menores refugiados em Chicago.

A família é de Embu-Guaçu e contou que a menina estava com a documentação em ordem.

A mãe foi para Chicago, mas só tinha contato com a filha uma vez por semana em local determinado pelas autoridades americanas, que não explicaram o motivo da detenção.

A família contratou um advogado e o Itamaraty e o consulado brasileiro entraram no caso.

 
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