Imprimir

Notícias / Cidades

Irmão de criança de cinco anos que morreu após tortura do pai ouviu choro e barulho de socos e chutes

Da Redação - Wesley Santiago

O depoimento do irmão mais velho de Hugo Gabriel Augusto, de cinco anos, que – segundo as investigações - morreu após ser torturado pelo próprio pai, Eleony Luis de Andrade, 34 anos, foi primordial para que o delegado Eduardo Botelho, da Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), concluísse que o homem seria o responsável pelo crime. O menor contou que ouvia choros e barulhos de socos e chutes.

Leia mais:
Pai pode ter usado travesseiro para 'ocultar' tortura que gerou a morte de filho de cinco anos
 
“O irmão mais velho da vítima foi ouvido pelos psicólogos da delegacia. Ele afirmou não ter visto as agressões na noite anterior ao crime, mas relatou que sempre ouvia gritos, choros e barulhos de chutes e socos do pai na criança de cinco anos”, disse o delegado em entrevista ao Olhar Direto.
 
O delegado Eduardo Botelho ainda revelou que as investigações apontaram que o pai se utilizava de travesseiros e panos para não deixar marcas externas na vítima: “Nós finalizamos o inquérito e o pai foi indiciado por tortura qualificada pela morte do menino. Nós constatamos que existiam apenas lesões internas. Isso quer dizer que ele utilizava panos ou travesseiros para não deixar marcas na parte externa do corpo da vítima. Relatos e conversas com testemunhas também auxiliaram na conclusão do caso”.
 
O delegado ainda contou que a última agressão aconteceu na noite anterior à morte da criança: “Pelo que nós levantamos, a criança também foi torturada a noite e foi para cama com os reflexos bem prejudicados. No outro dia, o menino convulsionou e acabou vindo a óbito”, concluiu.
 
Em depoimento, o acusado negou que tenha praticado o crime, mas não soube explicar ao delegado o que aconteceu. O homem foi encontrado após uma denúncia anônima de que ele estaria em Sorriso. Lá, os militares fizeram a detenção e os policiais civis foram até o município para fazer o transporte até a capital mato-grossense.
 
O caso
 
Uma criança de apenas cinco anos, identificada como H.G.A., morreu no dia 21 de agosto, após dar entrada no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSMC). A vítima tinha vários ferimentos internos e a suspeita é que ela tenha sido espancada. As investigações da Polícia Judiciária Civil (PJC) apontam que o pai biológico seria o principal suspeito, segundo apontou a família.
 
Conforme as informações iniciais, a criança morava no bairro Doutor Fábio II e deu entrada no hospital no sábado (20). O garoto teria ferimentos no tórax, cabeça e estava com laceração no fígado, o que corroboraria a suspeita de espancamento. No domingo, ele sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
 
A mãe ficou desesperada ao receber a notícia da morte do filho. O pai biológico da criança, apontado como o principal suspeito, sumiu após a confirmação do óbito. O avô do menino foi quem apontou o homem, como o possível autor do crime. Ele teria desaparecido logo depois de engravidar a mãe do menino e só retornou há pouco tempo.
Imprimir