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Comandante geral da PM determina investigação para apurar ameaças de soldado contra advogado

Da Redação - André Garcia Santana

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Gley Alves, acionou o Serviço de Inteligência da corporação para subsidiar a apuração do caso de ameaça de morte feita pelo policial. S.J ao advogado e escritor Eduardo Mahon, na quarta-feira (7). A informação é da assessoria da Instituição. O caso veio à tona após  a veiculação de uma mensagem ofensiva cuja autoria é falsamente atribuida ao advogado e escritor. 

A denúncia foi feita na quinta-feira (8) e o inquérito já foi instaurado. Ao Olhar Direto, o  advogado informou que já formalizou um pedido perante a PM para que seja promovido um encontro, em âmbito institucional, entre ele e o policial.

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“O que ficou claro no encaminhamento é que estou cobrando mais educação e menos punição, uma vez que o policial também foi vítima de manipulação e se sentiu ofendido. Eu também me sentiria diante do que foi escrito. O que não justifica a reação descabida e a ameaça. Precisamos nos encontra, institucionalmente para esclarecer isso, pra que ele peça desculpas. Considero essa situação mais como uma oportunidade pedagógica”, diz Mahon.

O caso - A situação teve início depois da divulgação de uma mensagem, de cunho racista, que foi atribuída ao advogado. Na sequencia o PM usou seu Facebook para proferir xingamentos e ameaçar os filhos do advogado, que nega a autoria das frases.  “Cuidado por onde anda fica pianinho se gostaria de ver seus lindos filhos crescer”, diz uma parte da mensagem enviada inbox.

Mahon explica que a montagem racista surgiu após a divulgação de um artigo no qual ele critica a ideologia do Procurador e de seu Partido, o PSOL. Assim, a publicação que circulou por diversos grupos, pode ter surgido, segundo ele, da atitude de algum defensor revoltado. Nela a população cuiabana e as pessoas negras são depreciados com termos como “preguiçosos”, “sem cultura, e “de alma pobre e negra”.

“... Venci na vida porque estudei e nunca quis levar a vida na filosofia dos cuiabanos, que são em quase 100% preguiçosos e que esperam tudo cair de graça no colo. Outro defeito do Procurador mauro é a sua cor e origem. Mauro é negro e da periferia sem cultura, sem essência, com uma alma pobre e negra, é isso que queremos para Cuiabá???... Fora Procurador Mauro, negro tem que saber o seu lugar, cuiabanos são todos Burros... Será?”, diz a postagem associada ao advogado.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel  Gley Alves, não quis se pronunciar sobre o caso. 
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