Há sete jogos invicto no comando do São Paulo e com a meta de chegar ao G4 ainda no primeiro turno concretizada, o técnico Ricardo Gomes admite ter modificado o estilo de jogo do time, mas rejeita levar todos os méritos pela boa fase.

Antes do Goiás, no último domingo, o time paulista derrotou Botafogo, Vitória, Grêmio, Barueri, Santos e empatou com o Internacional. A última derrota são-paulina foi no dia 16 de julho, quando perdeu para o Atlético-MG por 2 a 0.

Contratado sob desconfiança dos torcedores, Gomes, após 12 jogos à frente da equipe, modificou o estilo de jogo do time tricampeão brasileiro com Muricy Ramalho, que tinha como base a marcação forte. Agora, o time joga mais com a bola no chão e abusa dos toques curtos.

"A evolução do São Paulo aconteceria de qualquer maneira, comigo ou sem mim. Mudamos a forma de jogar sim, mas as atuações melhorariam com outro treinador também", disse Ricardo Gomes.

"Você não pode utilizar esse estilo de jogo com um elenco fraco tecnicamente, então o nosso elenco permite que a gente trabalhe dessa forma. Os méritos são dos jogadores, que estão buscando esta evolução", continuou o treinador.

Com um estilo bem mais afável que o de seu antecessor, Ricardo Gomes também conseguiu pacificar um elenco que não se esforçava para esconder as brigas. Com Muricy, eram constantes as reclamações dos atletas não utilizados com frequência --o caso de Borges era o mais escancarado.

O estilo de dialogar mais com os atletas parece ajudar o treinador.

"Eu tive sorte de, em 48 dias, jogar 12 partidas. Se você falar isso para algum europeu ele cai para trás. Tive sorte e peguei uma sequência boa. Os jogadores entenderam o discurso e estão jogando bem. Foi muito mais papo. O trabalho de campo foi muito pouco", disse Gomes.

O São Paulo é o atual quarto colocado do Nacional, com 30 pontos. No entanto, o time paulista pode deixar ainda hoje o G4 caso o Internacional, que tem 27 pontos e o mesmo número de vitórias, vença o Sport, no Beira-Rio.