Com salários escalonados por decisão do governador Pedro Taques (PSDB), o Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (Sindepojuc) ameaça ingressar com uma ação contra o Governo caso os pagamentos não voltem a ser pagos em dia.De acordo com o presidente do sindicato, Davi Nogueira, a administração descumpre a lei, que autoriza o pagamento dos servidores públicos no máximo até o dia 10.

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A entidade destaca ainda que há mais de 20 anos Mato Grosso não atrasava o pagamento dos salários e que os servidores já trabalham descontentes com o parcelamento da Revisão Geral Anual - RGA. “Essa não é uma luta apenas do Sindicato dos Escrivães. Ela é de todos os servidores públicos e está sendo encampada pelo Fórum Sindical. Outra forma de atuarmos nessa questão é a jurídica. Se necessário for, vamos entrar com uma ação contra o governo em relação ao descumprimento da lei.”
 
Para o presidente, a situação é preocupante, uma vez que os servidores programam as obrigações financeiras, como mensalidades de escolas, faculdades, financiamentos, cartões de crédito, dentre outras despesas, com base no recebimento dos salários no dia 30. “Esse atraso gera juros para o servidor e o governo não está preocupado com isso. É um prejuízo muito grande e o sindicato vai atacar por todos os meios necessários, inclusive, jurídico.”
 
O escrivão de polícia, Osiel Araújo, lembra que desde que se tornou servidor público, em 2001, não havia passado por tal situação. “Essa é a primeira vez que vejo o salário atrasar. E cada vez mais o governo bate na tecla da crise, crise, retraindo mais a economia. Uma pena porque todo esse imbróglio resvala no servidor público, com corte de créditos, inclusive, os consignados. Sentimos na pele a gestão do governador Pedro Taques”, questiona Araújo.
 
No site do Sindepojuc foi publicada uma orientação de que a Secretaria de Estado de Gestão – SEGES confirmou o pagamento dos servidores que recebem até R$6 mil líquidos, os demais servidores devem receber no próximo dia 10. Também informa sobre o pagamento do 13º salário no dia 15 deste mês, somente aos aniversariantes de setembro.
 
“Se houver algum Escrivão de Polícia filiado que receba até R$6.000,00 liquido e que os valores não tenham sido depositados em sua conta, os mesmo deverão entrar em contato com o sindicato para medidas cabíveis”, diz trecho da nota.

Medida 

No último dia 22, o Governo do Estado emitiu nota sobre a necessidade da medida. "A folha salarial do Poder Executivo de Mato Grosso é de mais de R$ 600 milhões por mês. Entre os problemas financeiros enfrentados pelo governo de Mato Grosso, estão dívidas de R$ 280 milhões com os outros poderes e órgãos autônomos da esfera estadual. Para tentar equalizar as contas, Pedro Taques baixou este mês um decreto com medidas duras de economia, determinando redução nas contas de água, luz, telefone, e suspendendo licitações e concursos, entre outras", diz trecho.