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Após cancelamento do espetáculo Frozen, produtores trocam acusações e registram boletins de ocorrência

Da Redação - Lázaro Thor Borges

Os produtores Cristiano Medeiros (Union Entertainment Produções Artísticas, com sede em Porto Alegre) e Ricardo Posser (da Usina da Comuicação LTDA, de Cuiabá), responsáveis pela peça ‘Frozen – Aventura Congelante’, que seria encenada em Cuiabá, trocaram acusações quanto aos motivos de rompimento contratual que acarretaram na suspensão das apresentações. Os dois procuraram à Polícia Civil e registraram boletins de ocorrência sobre o caso. 

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A peça - com duração de 90 minutos - foi agendada  para ser apresentada em três sessões no Teatro Zulmira Canavarros, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). No entanto, somente no primeiro dia e depois de um atraso considerável foi apresentada sem parte do elenco e com horário reduzido. Os espetáculos ocorreriam nos dias 6, 7 e 8 deste mês.

A primeira justificativa  apresentada ao público no primeiro dia do espetáculo para o problema, de acordo com o produtor de Cuiabá, Ricardo Posser -  que contratou a empresa Union para a apresentação do evento - foi a de que os atores que vinham de Pernambuco para Mato Grosso se atrasaram por conta de um acidente no trajeto até o aeroporto, impedindo o embarque.

No entanto, o produtor Cristiano Medeiros responsável pela equipe que atuaria no espetáculo, informou que essa versão é falsa. Ao Olhar Direto, Medeiros contou que foi forçado por Ricardo Posser a apresentar esta narrativa.  Por conta da situação, ele compareceu até a 2ª Delegacia do Carumbé onde foi ouvido ao lado de seu advogado, Neyman Augusto Monteiro, e relatou ter sido coagido e também sentiu-se ameaçado pelo produtor de Cuiabá.

Segundo a versão do produtor registrada,  em um longo Boletim de Ocorrência nº 2016322254, ele recebeu R$ 19 mil pelo contrato e repassou parte do valor aos atores. Entretanto, quando os artistas tentaram embarcar pela primeira vez o pagamento da passagem estava pendente, o que dificultou o embarque. Posteriormente, conforme relato de Cristiano, a passagem foi novamente paga por Ricardo Posser, mas a equipe não conseguiu chegar a tempo.

Cristiano também acusa o produtor cuiabano de não oferecer equipamento necessário para a realização do evento, uma vez que foi combinado um telão de LED e uma máquina de fazer neve. Os equipamentos, no entanto, foram substituídos por um projetor e uma máquina de lançar fumaça. Cristiano encaminhou ao OD a cópia do depoimento prestado. 

Em contato com o Olhar Direto, o produtor Ricardo declarou que a versão de coação ou ameaça é fantasiosa. Por meio de boletins de ocorrência encaminhados à redação, ele relata a confusão e trechos de conversas onde explica detalhes sobre a execução do cenário ao produtor da Union. Em Boletim de Ocorrência nº 2016321472, Ricardo Posser negou ter ameaçado Cristiano para que ele contasse a versão do acidente.

Segundo o relato de Posser, as passagem para os 11 membros da equipe foi encaminhada com sete dias de antecedência. No entanto, como parte do elenco perdeu a data marcada de embarque, ele, novamente, desembolsou a quantia de R$ 4.300 para pagar pelas passagens, após a equipe perder o vôo.  Mesmo assim, segundo ele, parte da equipe não embarcou. Além disso, o produtor acusa o colega de não ter trazido o figurino exigido para a realização do espetáculo. Ele também explicou que tomou todas as medidas necessárias para que o evento fosse realizado, inclusive substituindo os equipamentos que estavam danificados. Alegou, ainda, que Cristiano o avisou sobre os atrasos nos vôos poucas horas antes da realização do evento, o que teria dificultado a correção dos problemas. 

A Polícia Civil vai adotar procedimentos para a apuração do caso. Quem comprou o ingresso pela internet será ressarcido direto no cartão pelo PagSeguro. Quem comprou pessoalmente deve se dirigir até o local agendado para a encenação para recebimento do valor.
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