Uma perícia realizada por investigadores paulistanos constatou que a estudante cuiabana Hivena Queiroz Vieira dirigia abaixo da velocidade máxima permitida quando atropelou e matou o gari Alceu Ferraz, 61, em 16 de junho de 2015, em São Paulo.
A jovem estaria retornando de uma festa a 35 km/h em uma via de tolerância para até 40km, de acordo com seu advogado, Arthur Osti. Ao
Olhar Direto, a defesa explicou que a mulher foi indiciada e poderá responder a processo por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O caso ganhou repercussão nacional. Em sua defesa, ao deixar o local, a jovem argumentou que desconhecia o fato de ter atropelado uma pessoa.
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Osti pontuou explicou que o inquérito havia sido remetido pela Polícia Civil de São Paulo ao Ministério Público (MP), que o devolveu para à delegacia.
Já com relação à possível omissão de socorro à vítima, já que a condutora abandonou o local e procurou uma delegacia duas horas depois do acidente, Arthur alega que a cliente deixou o local por tratar-se de uma região de risco. “Ela estava sozinha, de madrugada no centro de São Paulo. Não houve fuga, tanto que em seguida ela ligou pro 190 e esteve na delegacia.”
Ele argumenta que a suspeita não é obrigada a produzir provas contra si mesmo, e que por este motivo ela não poderá ser culpada por ter deixado o local, onde vitimou um segundo gari, que resistiu aos ferimentos e sobreviveu. O episódio foi registrado na madrugada de 16 de junho, de 2015. A moça, que estuda arquitetura na capital paulista aguarda agora por uma nova conclusão do inquérito, que posteriomente ao encerramento, será enviado outra vez para o Ministério Público.
O acidente
Em declarações à polícia, ela afirmou à Polícia que teria sido alvo de uma tentativa de assalto por três homens minutos antes do atropelamento, na região da praça João Mendes, a cerca de três quilômetros de onde o acidente ocorreu. “Ela estava protegendo a sua integridade, aquela é uma região conhecida da cracolândia. Uma área muito escura e ela não conseguiu ver direito no que havia batido.“A princípio, achou que fosse um carrinho de compras, algo assim”, disse o advogado.
O atropelamento aconteceu durante a madrugada na avenida São João, pouco depois do cruzamento com a avenida Duque de Caxias. O carro, um Peugeot, escuro e com o vidro quebrado, foi filmado por câmeras de monitoramento pouco depois do atropelamento, entrando na contramão na Praça da República, a cerca de 500 metros de onde os garis foram atingidos.
Quanto ao lapso de tempo - de cerca de duas horas – entre o atropelamento e o registro da ocorrência por tentativa de assalto lavrado na Delegacia do Brás, a defesa já explicou em entrevista ao
Olhar Direto que o fato deve-se a orientação que a jovem recebeu ao procurar uma unidade policial. “Ela foi a uma delegacia e recebeu a orientação de que deveria registrar no Brás e por isso esse lapso de tempo”, disse Arthur na ocasião.