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Postagem considerada racista causa revolta em acadêmicos que pedem punição a aluno de Direito

Da Redação - André Garcia Santana

Uma postagem considerada como racista, publicada pelo estudante de Direito Henrique Rafael, causou revolta entre integrantes da comunidade acadêmica da Universidade de Cuiabá (Unic), campus Sorriso. Na imagem, seguida de uma legenda com palavra de baixo calão, uma mulher negra serve como pano de fundo para os dizeres “Não é só porque você é negra, que somos obrigados a te achar linda.” Um pedido de desculpas foi feito e o material apagado da rede social, no entanto, a situação ganhou repercussão e alguns alunos pedem por medidas mais severas.

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As denúncias partiram inicialmente do Diretório Acadêmico do curso de Enfermagem (DAE), única entidade organizada de alunos na região que. Além de divulgar uma nota de repúdio na terça-feira (9), data da publicação, os representantes cobram um posicionamento da Universidade e providências da União Nacional dos Estudantes (Une). “Já entramos em contato com a Une e estamos procurando uma assessoria jurídica para sabermos como proceder, já que é um caso criminoso de racismo e misoginia”, explica o presidente do Dae, Patrick Canterville.
 
Ele conta que intenção não é perseguir o rapaz, mas sim não deixar que a situação seja descontextualizada e relativizada. “Isso não pode se tornar algo relativizado como algumas pessoas que já saíram em defesa dele querem fazer parecer. Também não dá pra falar que falta informação. Nós realizamos em todas as últimas quartas do mês um projeto aberto a todos, chamado Conversas da Diversidade, voltado a questões de gênero, cor e sexualidade. Gostaríamos até que ele participasse. Não queremos que isso se repita.”
 
“Meu Deus, um racista declarado na mesma IES que eu, ainda se diz aluno do curso de Direito???? Vamos denunciar pra polícia, racismo é crime e criminoso deve estar na cadeia.#EssaLutaNosUNE”, publicou uma das alunas
 
Por meio de uma nota divulgada à imprensa, a Universidade afirmou repudiar qualquer tipo de racismo, discriminação ou preconceito baseado em raça, diferenças de cultura, religião, nacionalidade, classe social, sexo, orientação sexual ou identidade de gêneros. De acordo com a assessoria da instituição, como o caso foi registrado em um espaço pessoal, o aluno não deverá responder a nenhum processo administrativo.
“A instituição lamenta profundamente o ocorrido e coloca-se à disposição da sociedade para quaisquer outros esclarecimentos adicionais”, finaliza o texto.
 
Ao Olhar Direto, Henrique afirmou que eu não tinha a intenção de ofender um grupo, e que se houver alguma questão jurídica relativa à publicação, resolverá da melhor maneira possível. Ele também reforça que já fez um pedido de desculpas oficial. “Eu não considero que a publicação seja racista, apenas me excedi em uma palavra, direcionada diretamente á uma pessoa, e com esta, eu me desculpei. As pessoas que me denunciaram, na verdade, não têm nada a ver com a história”, disse.
 
Em seu perfil ele alega ter sido mal interpretado, além de ter errado em expressar de maneira incorreta sua opinão. “Quero pedir desculpas a todos os amigos e pessoas que tomaram conhecimento da postagem. Não foi minha intenção gerar esse desconforto e até mesmo o sentimento de preconceito.Lamento profundamente pela má interpretação exposta do compartilhamento, não foi minha intenção nada disso, era para ser um fato isolado e acabou repercutindo de forma inversa ao meu desejo, pois eu não soube deixar clara a minha intenção ao realizar a postagem”, diz trecho do texto.
 
Com relação as reuniões do grupo Conversas da Diversidade, mencionados por Patrick, Henrique disse não ver problemas em freqüentar. Se me convidarem, eu vousim,desde que se encaixe na minha rotina. Eu gosto desses temas, por ser umbandista, sempre discuti temas relacionados a diversidade, etc”, afirmou. 
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