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Reduzir mortes de abelhas no inverno é discutido na Olimpíada do Conhecimento

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

Matheus Minotto tem apenas 11 anos, mas o entusiasmo do aluno do Sesi de Criciúma (SC) com o projeto que ajudou a desenvolver é tão envolvente que fica impossível um visitante da Olimpíada do Conhecimento não acabar se unindo por alguns minutos à concentração de curiosos em frente ao seu estande. O projeto apresentado por ele e outras cinco crianças e seis adultos da mesma unidade do ensino técnico é uma solução para reduzir o número de mortes de abelhas no período do inverno.

“A gente viu que no inverno 40% a 90% das abelhas morrem. Fomos na casa de um apicultor que já usava esta ideia e vimos que dá certo”, disse, atropelando as palavras diante da empolgação. A estratégia que o grupo do Sul, região que sofre constantemente com o frio, foi um bloco de concreto que tem um aquecedor instalado internamente. O invento é colocado debaixo das colméias evitando que, para se aquecerem, as abelhas usem toda a sua energia se movimentando dentro do espaço.

“Como a colmeia, neste período, fica abaixo de 34ºC elas se debatem para se aquecer e perdem energia. Para reabastecer precisam de alimento e no inverno morem de forme porque tem pouco alimento”, explicou o pequeno inventor.

Cleber Júnior é  professor de educação tecnológica da equipe catarinense e não esconde o orgulho do pequeno Matheus. Ele explicou que a equipe foi formada pelos destaques entre os alunos e que a pesquisa foi inspirada no tema definido para o Festival e Torneio de robótica deste ano – animais aliados ao homem – e pela realidade climática da região em que vivem. “A solução do bloco de concreto é ainda mais barata para o apicultor que se for optar por um sistema de colmeia aquecida vai gastar entre R$ 200 e R$ 300. O bloco custa cerca de R$ 13”, acrescentou.

Na Olimpíada do conhecimento que acontece em Brasília até amanhã (13) equipes de vários estados trouxeram experiências com o mesmo tema para competir na modalidade de Robótica. Além da pesquisa, cada equipe será avaliada pela lista de valores do grupo como trabalho em equipe e busca pelo saber, e os juízes darão nota ainda ao robô criado pelos alunos e outra nota para a desenvoltura deste robô em uma pista com 15 missões montadas com peças de lego – todas envolvendo situações com animais, como alimentar um panda e salvar um tubarão.

Cleber Júnior explicou que a Olimpíada do Conhecimento é uma fase inaugural de um torneio nacional e internacional que é o foco destes alunos. Depois do resultado aqui em Brasília começam fases regionais que vai resultar em uma final com os melhores nomes para disputar internacionalmente em nome do Brasil.

Enquanto essa nova etapa não começa, é impossível não observar que a robótica rouba a atenção da maior parte dos visitante no evento. Ainda que outras modalidades tenham espaço especial para o público. A tecnologia já chama atenção na entrada do super estande montado em frente ao Ginásio Nilson Nelson, na região central da cidade. Júlia Parreira de Carvalho, de 9 anos, parecia hipnotizada acompanhando a máquina que desenhava o personagem que ela escolheu em um computador com direito a todos os detalhes. “Eu nunca tinha visto uma máquina desenhar. Se eu tivesse uma dessas eu ia desenhar sem parar em casa”, disse com sorriso estampado no rosto e o desenho que ganhou do “ilustrador automatizado” nas mãos.

Moda

A Olímpiada é espaço de exposição mas as competições entre equipes estaduais estão em todos os espaços. Na modalidade Moda e Criatividade é quase impossível conversar com os alunos. Cada um dos cinco integrantes de cada equipe ficam de olhos vidrados nas máquinas de costura, nas mesas de corte, ou na montagem das vitrines vivas que são montadas duas vezes ao dia.

Avaliadora líder da modalidade, Vitória Prado explicou que, para esses alunos, a competição começou ontem com o desafio de customizar peças de roupa para vestir em uma família de até quatro pessoas. Hoje, a missão foi criar multifuncionalidade. “Eles têm que transformar materiais diversos. Cada peça tem que ter uma função a mais e vestir bem em todas as pessoas”, explicou. Ou seja, ali naquele espaço a criatividade transforma blusas em saias, calças em bolsas e o que a inspiração permitir. Vitória antecipou que o último dia será dedicado aos pets.

No quesito multifuncionalidade de peças a equipe de Pernambuco promete ter bons resultados. “Esta é nossa temática geral. 90% do nosso material é reciclado, são roupas modulares que trouxemos parar modificar”, disse o designer Assis Alves, de 22 anos, responsável pela montagem das vitrines. Este conceito de produção, segundo ele, já foi usado ontem e será a base da produção de amanhã para vestir animais de estimação. “ É emocionante estar aqui. Uma experiência única de aprender com tantas culturas juntas. Até agora não tivemos dificuldades, mas se tiver um problema temos sempre que buscar solução”, acrescentou.
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