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DHPP abre inquérito para apurar morte de aluno soldado do Corpo de Bombeiros após treinamento

Da Redação - André Garcia Santana

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) irá instaurar inquérito para apurar as circunstâncias da morte do aluno soldado da corporação, Rodrigo Claro, 21. O jovem morreu na quarta-feira (16), depois de deixar  um treinamento da corporação que era realizado na Lagoa Trevisan, nas proximidades de Cuiabá, realizado no último dia 10. Após sentir-se mal, o rapaz procurou ajuda médica e acabou sendo hospitalizado em uma unidade de terapia intensiva. Paralelamente, ao inquérito policial, administrativamente, o Corpo de Bombeiros também irá apurar se houve excessos durante o exercício militar.

Familiares e testemunhas da situação serão ouvidos pela delegada, que informou ao Olhar Direto que manterá sigilo sobre a apuração. “Como em qualquer caso um inquérito será instaurado para que possamos apurar a situação, no entanto todos os pronunciamentos relativos a isso serão feitos pela titular da delegacia ou pela Diretoria da Polícia Civil”, afirmou Juliana.

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Traumatizada, a mãe do jovem também cobra rigorosa apuração. “Fui falar com ele só após ele sair da lagoa, porque ele me mandou mensagem falando que estava muito mal, indo pra coordenação que não tinha conseguido terminar. Eu liguei pra ele, tentei saber como ele estava mas não consegui falar mais”, afirmou a mãe.

Logo após a morte do rapaz, o advogado Júlio Cesar Lopes alegou ao Olhar Direto que a família acredita que o rapaz tenha sido vítima de excessos durante o treinamento militar e que outros alunos já relataram ter passado mal durante os exercícios, além de presenciarem situações de exagero. De acordo com a mãe da vítima, Jane Patrícia Claro, ele não apresentava nenhum indício de problemas de saúde antes do treinamento, e que estava “normal”, quando saiu de casa.

Os procedimentos para a apuração do caso também foram abertos pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros que, por meio de nota garantiu clareza sobre os fatos.“A Corporação já designou um Coronel como encarregado do Inquérito Policial Militar para apuração dos fatos, permitindo assim que não paire qualquer dúvida sobre os acontecimentos. O Corpo de Bombeiros Militar está prestando todo o apoio à família do militar para as providências necessárias do translado, velório e sepultamento”, diz trecho do texto.

O inquérito institucional será presidido pelo coronel Alessandro Borges Ferreira, que explicou que a tenente Isadora Ledur, acusada de tortura contra o jovem durante o exercício na lagoa, foi afastada dos treinamentos do Corpo de Bombeiros. “É obvio que a tenente, até pelo que ocorreu, não irá neste momento participar dos treinamentos deste pelotão. Todos os fatos serão apurados, não vou fazer um pré-julgamento.”

O caso 

Rodrigo ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 da quarta-feira (17). Ele teria sido dispensado no final do treinamento, após reclamar de dores na cabeça e exaustão após passar por uma sessão de afogamentos. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria e queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição.

Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma. 

O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares serão realizados, de acordo com a perícia criminal.
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