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Mauro chama administração do Hospital de Câncer de “mentirosa” e entrará com processo por danos morais

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges

O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) anunciou que entrará com um processo por danos morais contra a administração do Hospital do Câncer de Mato Grosso. O gestor disse que não há atraso nos repasses para as instituições filantrópicas e chamou os responsáveis de “mentirosos e desonestos”. Por fim, ainda apresentou uma planilha com o que diz ser todos os pagamentos feitos pelo Executivo municipal.

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“Na saúde, tem muita gente que se utiliza do caos nacional, da desgraça de muitas pessoas para auferir recursos e muitas vezes se apropriar indevidamente. Isso não é novidade no nosso país. Podemos até cometer falhas, mas a nossa administração tem conseguido honrar a maioria quase que absoluta das nossas obrigações. Gastamos 31% de tudo que nós arrecadamos com a saúde”, disse o prefeito durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (23).
 
Mauro ainda ressalta que a prefeitura está bancando grande parte da Saúde: “Só no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSMC) o custo mensal é de R$ 8,5 milhões e estamos recebendo apenas R$ 1,3 milhão do governo do Estado. Metade das pessoas atendidas no PSMC é do interior do Estado”.
 
O gestor ainda chamou de “mentirosa e desonesta” a atual administração do Hospital do Câncer e prometeu entrar com um processo por danos morais através da Procuradoria-Geral do Município. Por fim, apresentou planilhas para provar que os repasses foram feitos de acordo com os procedimentos adotados desde o início da gestão.
 
O secretário de Saúde do município, Ary Soares, disse “depois que é feita a contratualização, os procedimentos são conferidos por uma central de avaliação. Feito isto é lançado no Data SUS, fazemos uma reunião para fazer os repasses e aí damos o dinheiro. Todos os repasses foram feitos”.
 
“A conferência existe desde sempre. O que se está alegando agora é feito desde o início da gestão. Não há de se falar que agora está tendo atraso. È sofrível que algumas instituições se valham da dor das pessoas e do sofrimento delas para tentar auferir vantagem. Não há que se falar que o município deve nenhuma competência para nenhum hospital filantrópico. Quando vejo isto acontecer novamente, fico triste”, acrescenta o secretário.
 
Ary Soares finaliza dizendo que: “A verdade do universo hoje está dentro do Pronto-Socorro de Cuiabá. São mais de 130 pacientes nos corredores precisando de cuidados enquanto as instituições estão fechando as portas. O PSMC está hipercarregado. Com o fechamento dos filantrópicos, não tenho para onde enviar os pacientes”.
 
Afastamento
 
O conselheiro Sérgio Ricardo, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), determinou que a Prefeitura de Cuiabá e a Secretaria Municipal de Saúde pagassem, no início do mês, o valor de R$ 5,4 milhões para o Hospital de Câncer. Ele determinou, ainda, o afastamento temporário do secretário de Saúde, Ary Soares Junior, até cumprimento do repasse.
 
A decisão foi tomada de forma monocrática, em medida cautelar publicada no Diário Oficial de Contas. O conselheiro acionou a Prefeitura e os gestores Mauro Mendes (PSB), o prefeito da capital; Haroldo Kuzai (SD), presidente da Câmara Municipal que está no exercício do mandato de prefeito; e o secretário Ary Soares.
 
A dívida com o Hospital de Câncer, no montante de R$ 5.455.085, é referente aos meses de setembro e outubro.

Outro lado

O Hospital de Câncer se manifestou oficialmente por meio de nota e afirma: "Nosso compromisso, assim como deve ser o da prefeitura e de qualquer governo, independente de partido ou político, é com o bem estar da população e de quem necessita dos nossos serviços".

Veja a íntegra:

"O Hospital de Câncer de Mato Grosso reforça seu compromisso em oferecer tratamento de qualidade e salvar vidas. Diante do posicionamento do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, na tarde desta quarta feira, 23 de novembro, nos vemos na obrigação de esclarecer os fatos que envolvem a paralisação do Hospital e o atraso nos repasses por parte do município.

As dívidas do município com o Hospital de Câncer de Mato Grosso nos remetem aos primeiros atrasos nos repasses, ocorridos em 2012 e que desde então se mantiveram. Como instituição que existe independente do prefeito ou situação, a prefeitura manteve o atraso nos repasses subsequentes, sempre realizando os pagamentos com alguns meses de atraso.

Reiteramos que os 47 pagamentos realizados nos 47 meses de mandato do atual prefeito não indicam, em hipótese alguma, a adimplência do município com essa instituição de saúde, visto que o município já devia quando a atual situação assumiu o governo.

Os atrasos que vêm se arrastando há tantos anos e não foram resolvidos pelo atual prefeito mesmo às vésperas do fim de seu mandato geram impactos e vão acumulando déficits nas contas do Hospital até o ponto em que chegamos, de suspender o atendimento de novos pacientes.

Nosso compromisso, assim como deve ser o da prefeitura e de qualquer governo, independente de partido ou político, é com o bem estar da população e de quem necessita dos nossos serviços.

O Hospital de Câncer de Mato Grosso prima pelo cumprimento de seus valores e de sua missão. Cuidar de gente e salvar vidas.
 
 
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