Imprimir

Notícias / Cidades

Rio Coxipó inunda casas e moradores reclamam de falta de informações por parte da Defesa Civil

Da Redação - André Garcia Santana

Os estragos causados pela cheia do rio Coxipó, na segunda-feira (21), se estenderam também aos moradores da região de Cachoeira das Garças, em Cuiabá, onde a água rapidamente invadiu casas e destruiu móveis. Os prejuízos, no entanto, poderiam ter sido evitados, segundo as vítimas, caso a Defesa Civil tivesse alertado sobre a cheia, que teve início em Chapada dos Guimarães e já atingia a comunidade do Coxipó do Ouro. Sem as informações, eles foram surpreendidos e agora lidam com as perdas.

Leia mais:
Enchente no Coxipó do Ouro derruba pontes e gera inúmeros prejuízos; fotos

É o caso do advogado Nivaldo Romko, que mora ali há 10 anos e passou os últimos dias na casa de sua sogra em decorrência dos danos sofridos pela casa, reformada há pouco menos de um mês. De acordo com ele, depois de inúmeras tentativas, foi feito contato com o órgão por meio do Corpo de Bombeiros. Entretanto os servidores não souberam informar qual a gravidade da situação ou se haveria necessidade da retirada de pessoas do local.

“A água subiu mais de um metro e agora estamos com medo de voltar e acontecer alguma coisa, porque foi tudo muito rápido e alagou por duas vezes. O que mais nos revoltou foi a falta de informação técnica. Ninguém sabia dizer se o rio estava cheio, se havia risco, se a orientação era pra que os moradores deixassem o local. Se soubéssemos da situação haveria tempo pra tirar as coisas de casa, salvar móveis e eletrodomésticos”, diz.

Com relação à ajuda depois do acontecido, Nivaldo conta que toda a ação decorreu da mobilização entre vizinhos e amigos para poder salvar alguns pertences. Na região de chácaras, onde vivem pelo menos 20 pessoas, os prejuízos ainda não foram contabilizados. “Ainda não deu pra somar o valor de tudo que perdemos, a casa vai ter que ser repintada, uma calçada caiu, eletrodomésticos nas tomadas queimaram, os móveis foram destruídos”

A defesa Civil explica que faz parte das suas atribuições monitorar a atividade de rios e córregos e todas as previsão do tempo, fazendo alertas à população de acordo com os riscos constatados. No entanto a chuva registrada na segunda-feira, que caiu na cabeceira do Rio, em Chapada dos Guimarães, não era prevista por nem um dos meios oficiais de consulta, que monitoram o tempo por satélite.

O chefe do órgão, Pedro Zanetti, conta que na ocasião foi registrada uma precipitação de 104 mm por hora, o que equivaleria a toda a chuva prevista para o mês, desencadeando a cheia do rio, que deixou rastros de destruição em vários pontos de seu percurso. Hoje o alerta nacional é de precipitação de 30 mm por hora em Cuiabá, o que segundo ele não representa nenhum risco.

“Nossa recomendação a essas famílias que moram nas proximidades do rio é que fiquem atentas a qualquer movimentação estranha, que observem o rio. O Coxipó especialmente é muito rápido, então a água desce com muita velocidade. Diante de qualquer alteração, os moradores devem se colar em um lugar seguro e aguardar”, afirma Zanetti.
 
Imprimir