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Prontuário de atendimento a aluno soldado morto após treinamento aponta pressão arterial normal e dor de cabeça

Da Redação - André Garcia Santana

O prontuário de entrada do aluno bombeiro Rodrigo Claro, 21, que morreu após um treinamento militar na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, mostra que o jovem apresentava pressão arterial normal, e que se queixava de dor de cabeça e náusea. Olhar Direto teve acesso ao documento que aponta ainda para o relato de calafrios após o mergulho e temperatura normal, sem sinais de afogamento. No dia 11 de novembro a vítima deixou sozinha o local do exercício, que era acompanhado pela coordenação do 16º Curso de Formação da corporação, e deu entrada na Policlínica do Verdão, onde teria chegada andando.

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Rodrigo faleceu na quarta-feira (16), depois de ter dado entrada na Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital particular da Capital. O primeiro laudo de necropsia, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), foi considerado como inconclusivo para a causa da morte. Deste modo, um novo exame é aguardado para que o motivo seja constatado. Ao Olhar Direto, o advogado da família, Júlio Cesar Lopes adiantou que em uma análise médica preliminar foi apontado um sangramento no cérebro, mas que o ferimento não configurava com aneurisma.
 
O coronel Júlio Cezar Rodrigues explicou que antes que alunos sejam aprovados para a curso, são realizados exames médicos para manutenção da saúde dos inscritos. No entanto a avaliação não pode diagnosticar alguns problemas congênitos, por exemplo. Também não são exigidos exames como a tomografia computadorizada, que poderia detectar possíveis propensões a acidentes cerebrais. “Temos também teste de aptidão física, onde são feitos exercícios físicos básicos e psicotécnico.”
 
Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (20) ele informou que, com relação à seleção dos treinadores ele afirma que são escolhidos os profissionais mais capacitados, tanto em habilitações físicas quanto de conhecimento técnica. Assim, todos estariam prontos para ministrar o curso, que segue agora sobe nova coordenação.
 
A situação é investigada pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros, em inquérito presidido pelo coronel Alessandro Borges Ferreira. Testemunhas já foram ouvidas e as autoridades agora aguardam pelo resultado do laudo.

Diante da possibilidade de que testemunhas sejam intimidades pelos superiores, Rodrigues destacou que o Comando não compactua com autoritarismos ou qualquer tipo de excesso e que todos tem o direito de denunciar e pedir esclarecimentos sem nenhum tipo de represália. “Os alunos tem toda a tranqüilidade para fazer suas comunicações ao coordenador para a apuração. Eu tenho convicção de que a investigação transcorreu com lisura. Ninguém vai ser perseguido.”
 
O caso 

Rodrigo ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 da quarta-feira (17). Ele teria sido dispensado no final do treinamento, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria e queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição.

Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma. O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares serão realizados, de acordo com a perícia criminal.
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