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Paulo Taques culpa decisões passadas e afirma que MT será o "Rio de Janeiro amanhã"

Da Redação - Jardel P. Arruda

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Zamar Taques, acredita que Mato Grosso pode chegar a situação do Rio de Janeiro, onde estado de calamidade já foi decretado, salário do funcionalismo está atrasado e servidores já invadiram a Assembleia Legislativa em mais de um ocasião para protestar contra medidas “amargas” de austeridade.

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A declaração foi dada em reunião com o Ministério Público Estadual, na segunda-feira (28), quando o secretário, primo e braço direito do governador Pedro Taques (PSDB), relembrou de quando policiais civis e militares invadiram a Alerj armados e fizeram ameaças aos deputados estaduais. Na ocasião, seria votado um pacote de leis enviadas pelo Governo do RJ que incluía congelamento salarial, aumento da contribuição previdenciária para 30%, fim de programas sociais e outras medidas.

“Logo após esse fato nós tivemos a reunião com o professor Raul Velloso, no Palácio. Eu, ele e o governador. Aí eu perguntei diretamente ao professor Velloso. Professor, você se lembra daquela propaganda, daquela vodka ‘eu sou você amanhã’. Eu acho que nós somos o Rio de Janeiro daqui a um ano. Concorda? E ele falou ‘concordo, só discordo de uma coisa, não é um ano, são seis meses’. Aí eu fiquei mais assustado”, contou, Paulo Taques.

O Governo de Mato Grosso escalonou salários dos servidores púbicos estaduais em setembro e outubro. A partir da folha de novembro todos passam a receber todos no dia 10 do mês subsequente, até junho de 2017, dando fim a pagamento no ultimo dia do mês, adotado desde a gestão Blairo Maggi. Também foi alterada a data do pagamento da parcela do duodécimo enviada aos poderes no dia 26 de cada mês, normalmente usada para pagamento de salário, também para o dia 10 subsequente.

Além disso, o Governo não conseguira cumprir não possui dinheiro para repassar a parcela atrasada do duodécimo dos poderes que vence no dia 30 de novembro, conforme previsto no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com MPE, assinado também pelo Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Assembleia Legislativa. A dívida total em atraso é de R$ 280 milhões, e o TAC prevê que metade desse valor seria pago até 30 novembro, e a outra metade será parcelada em seis vezes iguais entre janeiro e junho de 2017, num total de sete parcelas.

Paulo Taques culpou essa situação da máquina pública de Mato Grosso a tomadas de decisões anteriores a gestão de Pedro Taques. E conclamou o Ministério Público a atuar de forma conjunta, para evitar situações ocorridas em outros estados, como no Rio de Janeiro, como quando foi decidida pela apreensão de dinheiro e, ao chegar no caixa, a verba já havia sido usada. Ou no caso de Roraima, em que o Ministério Público de Contas pediu a prisão do secretário de Fazenda, o qual decidiu deixar o cargo.

 “Estamos aqui sofrendo um desgaste, inclusive, político que o governador tem sofrido. Minha secretaria é a mais política, e eu acho que sou o secretário da Casa Civil que mais falou para o governador tomar medidas tão impopulares como esse tem tomado. Mas não temos outra saída. Governador Pedro Taques não pensa em reeleição, pensa no futuro do Estado de Mato Grosso”, disse. “E se forem pedir a prisão do Seneri (Paludo, secretário de Fazenda), peço que incluam meu nome. Quero ir junto”, completou.

Ele ainda reforçou que o Estado tem tomado medidas para reduzir as despesas públicas e tomará medidas impopulares para equacionar as contas estaduais. “A nossa parte diz respeito as medidas impopulares. Aos projetos de lei que vamos enviar para Assembleia, como todo o Brasil está enviando para discutir fator previdenciário e congelamento de salários. Isso vai ser feito”, pontuou.
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